Semiótica é tema de palestra interdisciplinar na UNIGRAN.

Professor Luiz Carlos Iasbeck esteve em Dourados especialmente para palestra organizada pelos ID_CURSOs de Letras e Pedagogia da Instituição.
Noções que todo pesquisador deve ter. Conhecimento obrigatório para estudantes de Letras, Pedagogia, Artes e Publicidade. A semiótica estuda como o homem dá sentido à realidade e forma convicções de verdade nas interações sociais e em relação à natureza. A visão acerca desse problema determina a eficiência profissional em campos tão diferentes quanto de um educador, de um artista ou de um publicitário. Por isso, a Faculdade de Educação da UNIGRAN organizou, na terça-feira, 9, um seminário interdisciplinar sobre representação e mediação, tendo como referência as teorias do fundador da Semiótica, Charles Sanders Peirce (1839-1914). Os estudos semióticos – assim como os lingüísticos – influenciaram o ensino e as linguagens da propaganda, cinema e artes plásticas, assim como a ciência do Século XX. O convidado para tratar do assunto, professor Luiz Carlos Assis Iasbeck, da Universidade Católica de Brasília (UCB), é mestre e doutor em Comunicação, e um dos nomes de destaque no país no campo da comunicação. Autor do livro “A Arte dos Slogans” (Annablume, 2002), ele é especialista em Ouvidoria, consultor da FAPESP, órgão de fomento à pesquisa, e presidente do Centro Interdisciplinar de Semiótica da Cultura, da PUC/SP. Na palestra “Na verdade, não há realidade ou Na realidade, não há verdade? Tanto Faz”, Iasbeck resumiu e explicou os conceitos de signos, base da semiótica e que Peirce divide nas categorias ícone, índice e símbolo. Cada um conduz a um processo distinto de produção de sentido, mas todos, caracterizados pela lógica. “É a lógica que nos convence, até a emoção precisa ter certa lógica, uma certa racionalidade”, disse. O professor falou sobre as formas de alcance da verdade, a partir do contato com a realidade. Um médico pode diagnosticar a Gripe A, a partir da análise de sinais que, no entanto, podem ser os mesmos de uma gripe comum. Dúvidas e incertezas desse ID_TIPO motivam pesquisadores de todos os campos a conhecerem a verdade, que nesse caso é a verdade científica, possível de alcançar pelos métodos de dedução e indução. “Tem-se um determinado conhecimento [índice], e daí se deduz outro, é o sistema de análise, pensamento dedutivo, que é concluir o que é causa, o que é conseqüência; o terceiro ID_TIPO é o pensamento indutivo,; na indução, se observam os particulares e chega-se a conclusões gerais; é baseado no signo da experiência [símbolo], na vivência do mundo, do pragmatismo - é o pensamento empírico”, explicou o palestrante. NA VERDADE, ...? Luiz Carlos Iasbeck pontua que há várias formas de se buscar a verdade. O homem desenvolveu diversas formas de interpretação que respondesse aos anseios de sua curiosidade. A religião, as mitologia, a magia são algumas delas. Mas para ele, nenhuma verdade é mais “absoluta” do que aquela que é produzida a partir do ícone, o signo da emoção e das sensações, que vem à frente de todos e representam apenas qualidades. Isto é, são signos sem referentes no mundo material. “Os signos de qualidade não portam substâncias; tente imaginar beleza fora de alguma coisa que materialize essa beleza, é difícil pensar isso porque a gente vive em uma cultura que é substantiva, e não tão adjetiva assim”, ponderou o professor. Ele falou também que é a emoção que interpreta os ícones de forma irracional. Por isso as sensações são inexplicáveis. “Por que a música [melodia] provoca sensações? Porque ela somente porta qualidade. A única coisa capaz de provocar sensação na gente é a qualidade, o que não tem qualidade, não provoca sensações”, disse o professor. Sobre a importância dessa noção, Luiz Carlos destaca as propagandas que são esteticamente muito bem elaboradas justamente para provocar a emoção nas pessoas. O palestrante destaca que o método de raciocínio, na interpretação do ícone, é o da hipótese, ou abdução – em oposição à dedução e à indução. Seria na definição de Peirce “o instinto de verdade”. “A hipótese é um instinto de verdade, é quando a gente sente que algo é verdadeiro, mas não sabe porque. É o ‘eu acho’, o ponto de partida de toda pesquisa”, disse Iasbeck, valorizando o que muitos criticam em ciência: o achômetro. “Só não dá para ficar no achomêtro e achar que aí termina o conhecimento, o conhecimento começa no ‘eu acho’”, definiu o professor. O Seminário “Representação e Mediação” reuniu um dos maiores públicos acadêmicos em eventos da Faculdade de Educação, neste ano, lotando o anfiteatro do Bloco I. A professora Nara Sgarbi elogiou, na apresentação, a participação dos ID_CURSOs de Letras, Pedagogia, Artes Visuais e das áreas de Comunicação, destacando a temática interdisciplinar do evento. “A interdisciplinaridade permite a interface entre diferentes áreas do conhecimento humano, na busca de soluções para o cotidiano da vida atual; e nesse sentido, representa uma tendência cada vez mais fortalecida em diversos campos do saber; é com esse pensamento que a Faculdade de Educação da UNIGRAN organizou esse evento conjunto”, disse a coordenadora de Letras. (JR)

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