Ed. Física: Apae utiliza, com sucesso, a Natação na Educação Especial.

Professor Fábio acerta regras das provas com a profª Andréa, da UNIGRAN, enquanto os atletas de Dourados - Jones, Elvis e Levi - fazem alongamento.
"Nós fomos lá e ganhamos dos caras. Espero ganhar desta vez também". Com essa declaração franca, o jovem Jones Alves Corrêa, 14, expressa todo o seu entusiasmo de poder participar do Campeonato Brasileiro de Natação Especial, que acontecerá no próximo mês, no Rio de Janeiro. Em 2001, ele e o colega Elvis Nascimento Martins, 16, foram dois representantes destacados de Mato Grosso de Sul e da Escola de Educação Especial da Apae, de Dourados, conquistando, respectivamente, os 2º e 3º lugares nesta competição nacional que foi realizada em Florianópolis, Santa Catarina. Eles conquistaram as vagas na sexta-feira, quando participaram do "2º Campeonato Estadual de Natação Especial", promovido pela Federação das Apaes de MS no Complexo Aquático da UNIGRAN. A seletiva reuniu 15 atletas portadores de necessidades especiais das cidades de Dourados, Três Lagoas, Anaurilândia e Itaporã. Se para os atletas que não têm qualquer dificuldade de coordenação e equilíbrio a participação em uma competição é motivo de muita comemoração, para os alunos e professores da Apae isso é quase uma conquista da lua. "Nós, que trabalhamos também no ensino regular, vemos que o trabalho com os portadores de necessidades especiais é um pouco mais lento, mais demorado. Mas quando você vê um campeonato assim, em que os índices deles são praticamente os mesmos dos alunos ditos normais, vale à pena", diz o professor de Educação Física Fábio Augusto Moreno, que leciona na Apae de Dourados há oito anos. "Gosto de trabalhar com eles e não tenho mais como sair", confidenciou o instrutor que parece ser admirado por seus nadadores. "O professor é muito legal, treina bastante a gente e nóis faiz tudo que ele manda", confirma Levi José de Alencar, 21, outro competidor da Escola da Apae de Dourados. A Natação entra no currículo dos alunos portadores de necessidades especiais na medida em que os próprios alunos se interessem pelo esporte. Ademais, ela é apenas uma das várias modalidades esportivas que os professores oferecem para os alunos. Para que eles participem a contento, só é preciso fazer algumas adaptações nas regras. Na Natação Especial, por exemplo, é permito largar de fora da rampa de salto, já de dentro da piscina, e utilizar uma bandeirola, ao invés de sinal sonoro, na largada da prova, respeitando-se, assim, os deficientes auditivos. "No mais, eles fazem as provas da mesma forma que os outros atletas", assegura o professor Fábio. Na Apae de Três Lagoas, a Natação Especial também se desenvolve bem graças ao trabalho da professora Patrícia Maria do Nascimento Silva que, como Fábio, atua há quase dez anos com alunos especiais. "É muito gratificante, porque a cada dia a gente se surpreende mais com os nossos alunos. A cada dia eles superam os seus limites", disse a professora após motivar o seu atleta deficiente auditivo, Valdir Pereira Maciel, 23. Sem concorrentes na piscina, na prova de Nado Borboleta, o seu único adversário era o relógio. "Eu estava mostrando para ele que lá no Brasileiro o índice é alto, e que ele precisava dar tudo de si. A gente tem que trabalhar isso com eles", explicou a experiente professora. Para os acadêmicos de Educação Física da UNIGRAN, que auxiliaram os professores da Apae na arbitragem das provas, o "2º Campeonato Estadual de Educação Especial" foi mais uma oportunidade de vivenciarem uma especialidade da Educação Física que a cada ano é mais valorizada, seja como trabalho voluntário ou remunerado. Na disciplina de Educação Física Especial, eles desenvolvem atividades acadêmicas em várias entidades do Terceiro Setor. "Essa é uma experiência interessante porque a Educação Especial também é um mercado de trabalho para eles, uma vez que os excepcionais têm atividades iguais às nossas, com pequenas adaptações", falou o professor Carlos Muchão, coordenador do ID_CURSO de Educação Física. Obviamente, o desejo é que esse mercado não existisse. Mas a crua realidade é que o crescimento do número de pessoas portadoras de necessidades especiais é notável. A Apae de Dourados atende hoje a 176 alunos, praticamente o dobro de dois anos atrás. A presidente da Federação das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais de Mato Grosso do Sul, Elizabeth Wirgues, estima que dez por cento da população de Dourados são portadores de alguma deficiência. "O número vem crescendo consideravelmente e nós acreditamos que existam, dentro do Município, muito mais pessoas que necessitam de atendimento, só que as pessoas não procuram uma instituição especializada", lamenta. Elizabeth conta que, mesmo com todos os avanços nas áreas médicas e educacionais e evolução do pensamento da sociedade, ainda é grande o preconceito e a desinformação de muitas famílias em relação aos seus parentes portadores de necessidades especiais. Ela lastima que seja assim porque a qualidade de vida dessas pessoas melDATA_HORA muito quando são atendidas dentro de um programa que integra a família e os educadores e no qual a atividade esportiva é um dos componentes mais importantes. "A gente percebe que muitos são os sucessos que vêm acontecendo dentro da prática desportiva: a valorização, a auto-determinação, a auto-estima... então, é possível superar as limitações da pessoa portadora de deficiência, mas a família precisa se conscientizar disso. Ela é a base do trabalho. A gente percebe que, quando a família começa a procurar ajuda, o portador de deficiência acredita mais em sua própria evolução", explicou a presidente da Federação das Apaes.

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