Semana de Arquitetura e Urbanismo enfoca a habitação como questão social.

Evento que traz propostas de formação técnica e social foi aberto ontem, com uma palestra do presidente da IAB.
As questões habitacionais e a atuação profissional dos arquitetos junto à população de baixa renda, bem como o Estatuto das Cidades, são os temas principais da “XIII Semana Acadêmica de Arquitetura e Urbanismo”, da UNIGRAN. A Semana de Arquitetura – aberta nesta segunda-feira pela pró-reitora de Ensino e Extensão, professora Terezinha Bazé de Lima – acontece paralelamente à “6ª Semana Técnica”, “3ª Mostra de Materiais, Produtos, Equipamentos e Serviços da Construção Civil” e à “II Semana da Transdisciplinaridade” do ID_CURSO. Cada um desses eventos contempla um aspecto da formação acadêmico-científica do estudante de Arquitetura. “A consolidação desses eventos, que aliam teoria e prática, leva em conta, principalmente, as diretrizes curriculares de formação do arquiteto, que prevê uma formação geral e humanista”, falou a pró-reitora, ressaltando o caráter de utilidade social da Arquitetura, que está tendo maior enfoque nesta Semana Acadêmica. A solenidade de abertura foi prestigiada pelo presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA-MS), engenheiro Amarildo Miranda Melo, e pela presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Dourados, arquitetura Thaís Avancini. Em seu pronunciamento, Amarildo Miranda elogiou “o trabalho dos arquitetos egressos da UNIGRAN, que se vê nas novas linhas das construções de Dourados”, e destacou a importância desses profissionais no ordenamento da cidade, “não só no aspecto estético, mas também no caráter social e humano da Arquitetura”. A arquiteta egressa da UNIGRAN Thaís Avancini reforçou essa opinou dizendo que o arquiteto deve se preocupar “não só com os aspectos construtivos, mas também com a sua função social, atuando com ética e profissionalismo”. A coordenadora do ID_CURSO de Arquitetura e Urbanismo presidiu a solenidade. A arquiteta Cynara Tessoni Bono agradeceu os apoios recebidos e fez votos de que os eventos programados para esta semana – palestras, ateliê e oficinas – contribua para que os alunos alarguem seus horizontes de visão sobre a Arquitetura. “Espero que eles cresçam um pouquinho mais, que eles possam pensar em trabalhar com os grupos menos favorecidos e que tenham um melhor posicionamento político sobre tudo isso”, falou a coordenadora. Ela antecipou que, em pouco tempo, o ID_CURSO estará inaugurando o Núcleo de Extensão e Estágio de Arquitetura e Urbanismo. A exemplos dos Núcleos Jurídico, de Psicologia e a Clinica de Fisioterapia da UNIGRAN, os estagiários do Núcleo de Arquitetura vão assessorar famílias carentes no planejamento de construções e reformas de habitações. Palestra O presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Demetre Basile Anastassakis, arquiteto que abriu o ciclo de palestras da Semana Acadêmica, chama a atenção para o que define de importante atuação do arquiteto nos grupos sociais menos favorecidos da sociedade. Para ele, na realidade atual, não dá mais para o profissional ficar esperando que “algum presidente vá lhe encomendar uma cidade de Brasília ou uma Pampulha” e tornar mundialmente famoso. “Essa época de sonhos já passou. Hoje, nós pensamos em projetar os espaços para as pessoas viverem com dignidade”, disse. Também, conhecendo-se que a maior parte dos estudantes de Arquitetura é da classe média, não se pode esperar que eles trabalhem apenas para clientes de sua própria classe. “Como os médicos trabalham nos postos de saúde da periferia, ou os advogados da Defensoria Pública fazem o divórcio de um casal pobre, os arquitetos e engenheiros devem disponibilizar os seus serviços para toda a população”, disse o palestrante. Essa oferta está planejada para ser feita por meio dos Escritórios Públicos de Arquitetura e Engenharia, conforme preconiza o Estatuto das Cidades, que tramita no Congresso Nacional. Segundo Anastassakis, estima-se que a demanda habitacional reprimida no país chegue a 4 milhões de habitações novas. Esse mercado de trabalho torna-se ainda mais gigantesco se forem incluídas nas projeções as necessidades de financiamento também para reformas, ampliações e adaptações de moradias. A maioria absoluta seria para pessoas que recebem até três salários mínimos por mês. “Dinheiro para tudo isso existe, mas tem a lentidão da burocracia, e o que acontece é que muitas vezes o sujeito compra materiais aos poucos, ou os financia na Caixa, e é obrigado a fazer sozinho uma casa, como se dominasse o assunto. São necessários profissionais para fazer esses projetos”, argumenta o presidente do IAB.

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