A solidariedade foi a bandeira escolhida pelos calouros do curso de Biomedicina da UNIGRAN como forma de “trote universitário”. Na manhã da última sexta-feira (25), eles protagonizaram um gesto que alcança diretamente a comunidade: fizeram doação voluntária de sangue e se cadastraram também como doadores de medula óssea, no Hemosul de Dourados.

A ação, idealizada pela Atlética e apoiada pela coordenação do curso, teve como objetivo reforçar os estoques do hemocentro e, ao mesmo tempo, promover a conscientização sobre a importância da doação regular.

Sob a supervisão da professora Camila Paes e acompanhados pelo professor Felipe, da disciplina de hematologia, e do coordenador do curso, professor Luis Fernando Macorini, os acadêmicos foram recebidos pela equipe do hemocentro, que enfatizou a relevância de iniciativas como essa para a manutenção dos estoques.

A gerente do Hemosul de Dourados, Márcia Miranda Tinós, destacou que os componentes do sangue têm prazo de validade, como é o caso das plaquetas, cuja durabilidade é de apenas cinco dias, e que há grande demanda, especialmente em períodos críticos como o atual, com o aumento de casos de dengue.

“Cada paciente pode precisar de 8 a 10 doadores para suprir uma única transfusão de plaquetas. Isso significa que precisamos de doações constantes, não apenas quando há um familiar necessitando. É um compromisso contínuo com a vida”, reforça Márcia.

A ação foi uma experiência marcante para os novos acadêmicos, como Gislaine de Araújo, que doou sangue pela primeira vez. “Sempre tive vontade, mas nunca tinha tomado a iniciativa. Foi uma experiência reconfortante saber que pude ajudar. Pretendo continuar doando, porque sei que faz diferença na vida de muitas pessoas”, compartilhou ela.

Além da doação de sangue, o trote solidário envolve arrecadação de produtos de higiene, como fraldas, shampoos e hidratantes, diretamente na Clínica de Biomedicina da UNIGRAN, para aqueles calouros que por razões diversas não podem contribuir através da doação de sangue. 

O coordenador Luis Fernando, celebrou o retorno da ação, tradicional antes da pandemia, e destacou seu valor pedagógico e social. “Esse tipo de atividade insere os alunos, desde o primeiro ano, em uma cultura de responsabilidade social. O biomédico é um profissional da saúde, e a doação de sangue é um dos atos mais nobres dentro desse universo. Trata-se de um gesto simples, mas que salva vidas”.

Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 3,3 milhões de doações de sangue são realizadas anualmente no Brasil. Apesar do número parecer expressivo, representa uma pequena parcela da população e exige constante mobilização. Uma única bolsa de sangue pode beneficiar até quatro pessoas, seja em casos de cirurgias, acidentes, tratamentos de câncer ou doenças hematológicas, como a leucemia.

Aos que participaram da ação, ficou o sentimento de missão cumprida e de um início de jornada acadêmica pautado não apenas pelo conhecimento técnico, mas pelo compromisso com o bem comum. Como disse Gislaine: “Se cada um fizesse sua parte, pelo menos duas ou três vezes ao ano, o Hemosul nunca ficaria com os estoques em baixa”.

Ainda de acordo com o coordenador, a proposta do curso de Biomedicina da UNIGRAN com o trote solidário é formar profissionais não só tecnicamente capacitados, mas também conscientes do papel social que exercem desde o primeiro dia de curso.