Como identificar hortaliças saudáveis? Qual a forma correta de higienizá-las? Essas e outras perguntas foram respondidas por acadêmicos do 3º semestre do curso de Agronomia, durante uma atividade extensionista realizada no Parque Alvorada. A ação foi coordenada pela professora Perla Loureiro, da disciplina de Zoologia Geral, com objetivo de levar à comunidade orientações sobre os cuidados com a higienização e o armazenamento de hortaliças para garantir segurança alimentar.

A atividade foi desenvolvida a partir de uma série de estudos conduzidos em sala de aula. Os alunos realizaram um levantamento bibliográfico sobre os principais microrganismos presentes nas hortaliças, como protozoários, bactérias, vírus e fungos, além dos riscos que representam à saúde humana, como gastroenterites, diarreias e infecções estomacais.

“Os acadêmicos puderam acompanhar todo o processo, desde o cultivo dessas hortaliças até os possíveis microrganismos que podem estar presentes no alimento. A proposta foi compreender o impacto dessas contaminações e orientar a população sobre a prevenção”, explicou a professora Perla Loureiro.

Durante a feira, os grupos abordaram diferentes aspectos relacionados ao tema, como patologias transmitidas por alimentos, importância da higienização das mãos por quem manipula os vegetais, e métodos eficazes de lavagem e armazenamento das folhas. Segundo a professora, as ações simples, mas frequentemente negligenciadas, podem evitar contaminações graves.

“É comum o consumidor comprar a hortaliça, guardar na geladeira sem higienizar para consumir dias depois. Esse hábito é arriscado. O correto é fazer a higienização assim que se chega em casa, descartando folhas depreciadas, lavando bem em água corrente e utilizando uma solução acidificada, como água com vinagre ou hipoclorito. Após isso, é importante secar bem e armazenar em local arejado”, orienta.

A feira livre foi escolhida como espaço para a atividade justamente por reunir, em um mesmo ambiente, produtores e consumidores. “Nada melhor do que levar esse conhecimento para um local onde as duas pontas da cadeia alimentar se encontram. Assim, o consumidor passa a observar não só a aparência do produto, mas também a qualidade do cultivo, e entende sua responsabilidade no preparo seguro dos alimentos”, acrescenta a professora.

Entre os participantes da ação, o acadêmico Kayke Maestro Flores, cujo grupo abordou os protozoários presentes nas hortaliças, destacou a importância do conteúdo estudado e a receptividade do público. “O processo foi fácil, pois o conteúdo aplicado pela professora estava bem esclarecido, tanto nos slides quanto nas explicações. Descobrir a presença de protozoários nas hortaliças e entender o cuidado a mais que devemos ter ao consumir esses alimentos foi muito enriquecedor”, afirmou o acadêmico. Kayke também destacou a atenção do público diante das informações apresentadas: “A população demonstrou bastante interesse, pois muitos não sabiam o jeito certo de higienizar as verduras”.

Além de contribuir para a formação acadêmica, a iniciativa promoveu o contato direto dos futuros engenheiros agrônomos com a realidade da comunidade. “É uma vivência muito rica para os alunos, porque os aproxima de quem realmente está produzindo e consumindo. Isso amplia a percepção deles sobre o impacto do seu trabalho no dia a dia das pessoas”, finaliza a professora.

A ação extensionista integra um conjunto de práticas pedagógicas com o objetivo de conectar o conhecimento científico à vida cotidiana e da comunidade, com foco na prevenção de doenças e na promoção de hábitos alimentares mais seguros.