Psicologia e Fisioterapia criam projeto de reinclusão social de pacientes fisicamente incapacitados.

Alunas de Psicologia propõem um estudo que trará conhecimentos valiosos para os estagiários de Fisioterapia e mais qualidade vida a certos pacientes.
Um projeto pensado por quatro alunas do 3º ano do ID_CURSO de Psicologia poderá aperfeiçoar os atendimentos na Clínica-Escola de Fisioterapia da UNIGRAN. A idéia é iniciar com um projeto-piloto de apoio psicológico a pacientes com perdas físicas graves e, também, aos estagiários da Clínica que estiverem encarregados do tratamento de pessoas nessas condições. O projeto, que será supervisionado pela professora-psicóloga Carmem Lúcia Teixeira, foi prontamente acolhido pelo coordenador da Clínica de Fisioterapia, professor José Ronaldo Veronesi Junior. Ele considera a iniciativa excelente, pois admite ser necessário que o fisioterapeuta esteja alerta acerca de problemas relacionais que podem aparecer inconscientemente durante a convivência do fisioterapeuta com seu paciente e, ainda, com a família do paciente. “É importante conhecer os aspectos psicológicos para se conviver com pacientes que tiveram trauma físico, perda de movimento, tetraplégicos que nunca mais vão andar. Como o aluno [de Fisioterapia] vai lidar com essas situações? Achei a idéia fantástica e eu aposto muito nessa parceria”, disse o professor José Ronaldo. O projeto está sendo elaborado pelas acadêmicas Alfrani Batista de Sousa, Janaína Guimarães, Josikelli de Sousa Andrade e Rozimeire Ribeiro Silva. Quarta-feira, elas fizeram a sua apresentação aos acadêmicos do 4º ano de Fisioterapia. Elas deram explicações gerais sobre os principais fenômenos que costumam se estabelecer de forma inconsciente nas relações entre profissionais das ciências médicas e pacientes gravemente comprometidos. A transferência afetiva é um desses fenômenos. Ela pode ser positiva – ou seja, contribui para se alcançar os melhores resultados do tratamento fisioterápico – ou negativa, bem como pode se dar tanto do paciente para o fisioterapeuta, quanto deste para o paciente. Nos comentários da estudante de Psicologia Rozemeire Silva, o paciente pode depositar no fisioterapeuta sentimentos de simpatia, de confiança e “a terapia vai fluir muito bem”. Já o depósito de confiança ao extremo não é positivo, porque o fisioterapeuta passa a ser um “mágico”, capaz de curas miraculosas. “Aí, o paciente vai esperar muito além do que é possível dentro da Fisioterapia (...) pode acontecer também de o fisioterapeuta investir sentimentos de uma forma muito pessoal no paciente”, falou a estudante, propondo que o fisioterapeuta deve buscar uma posição de neutralidade nessas relações, sem, contudo, ser insensível às emoções da pessoa sob os seus cuidados. A acadêmica Janaína Guimarães acrescenta que não se podem ignorar as dificuldades que os pacientes que sofreram perdas físicas severas enfrentam nos meios familiar e social. Por esse motivo, o projeto vai iniciar por um estudo de caso, na Clínica de Fisioterapia, envolvendo um paciente e seus familiares e o estagiário, ou estagiários, encarregado de seu tratamento, segundo as metodologias e conteúdos estudados em Psicologia Social. “A família também apresenta dificuldade emocional frente a estas situações, podendo apresentar atitudes de rejeição e/ou de super proteção em relação ao paciente”, argumenta a acadêmica Afrani Batista. A orientadora do grupo endossa o argumento e diz que, por meio desse trabalho, será possível auxiliar o paciente e a sua família a conviverem de uma forma melhor com as suas limitações. Segundo a professora Carmem Lúcia, além de o paciente ter de se haver com sentimentos pessoais de incapacidade, ele está exposto a estímulos negativos dos meios familiar e social, como cobranças, preconceitos e muitos outros. “O que se pretende fazer é trabalhar o paciente por conta de toda a perda pessoal que ele passou, a perda social e familiar também; todos os conflitos familiares e sociais que ele vivencia, tentando reerguer a sua auto-estima, reabilitá-lo psicologicamente, e mostrar a ele qual o potencial que ele tem para, mesmo mutilado, se desenvolver e se reinserir na sociedade; porque a Psicologia Social visa propiciar a esse paciente a reinclusão no seu meio social, com qualidade de vida”, disse a professora.

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