Acadêmicos de Psicologia da UNIGRAN desenvolvem pesquisa sobre a tragédia de Brumadinho

Professora Pricila Pesqueira de Souza e o acadêmico Sandro de Toledo do curso de Psicologia da UNIGRAN

Os acadêmicos de Psicologia da UNIGRAN, Sandro de Toledo e Lydiane Araújo Silva, estiveram recentemente na cidade de Brumadinho (MG) para o desenvolvimento de uma pesquisa sobre a tragédia ocorrida no início do ano, quando uma barragem da empresa Vale se rompeu e deixou 206 pessoas mortas e 102 desaparecidas. O trabalho é um projeto de extensão em tem como orientadora a professora Pricila Pesqueira de Souza.

Sandro de Toledo explicou como surgiu a iniciativa do projeto. “No início do ano, depois do desastre, vendo os noticiários decidi ir lá para ver como eram as perspectivas das equipes, como elas se sentiram na hora do acolhimento, do resgate das vítimas. Então, falei sobre a ideia com a professora Pricila, que aceitou prontamente nos orientar e a partir daí escrevi o projeto e o submeti ao Comitê de Ética da UNIGRAN para aprovação”, disse.

Após a aprovação do Comitê, os acadêmicos entraram em contato com a Defesa Civil de Brumadinho, que autorizou o andamento da pesquisa, que não tem o objetivo de avaliar qualquer profissional ou criticar o trabalho da equipe que atuou no desastre.

O método utilizado foi a entrevista. “A princípio, tínhamos somente a aprovação da Defesa Civil, porém, ao chegar lá visitamos outros órgãos envolvidos na operação e todos autorizaram. Com isso, além de entrevistar os profissionais da Defesa Civil, conseguimos também os bombeiros militares, a enfermeira que atua no Posto de Saúde do Córrego do Feijão, que é onde ocorreu o desastre, a voluntária que desenvolve um trabalho terapêutico com as mulheres que sofreram as perdas do desastre, por meio do artesanato, dois psicólogos do CAPS II [Centro de Atenção Psicossocial] de Brumadinho e ainda os brigadistas civis”, continuou.

Os acadêmicos entrevistaram 14 profissionais que atuaram no acolhimento e no resgate da tragédia, totalizando cerca de 10 horas de vídeo.

Os resultados da pesquisa serão apresentados por meio de um artigo científico, que está sendo escrito, e também por um documentário de aproximadamente uma hora e meia de duração, que já está sendo produzido pelo setor de audiovisual da UNIGRAN.

A professora apontou os objetivos do trabalho. “Essa pesquisa tem o interesse especificamente de saber como as pessoas se sentiram quando foram fazer os resgates e auxiliar a população. Também, como foram os protocolos de atendimento, como era feito o atendimento, quais foram as dificuldades e se tinha alguém que cuidava da equipe no aspecto psicológico, porque imagina o quanto era difícil atuar lá”, falou.

Toledo se lembrou de alguns momentos emocionantes durante as entrevistas. “Duas perguntas me marcaram, uma à psicóloga do CAPS e outra aos bombeiros militares. Perguntei a ela como observava a cidade. Ela simplesmente abaixou a cabeça e a emoção veio à flor da pele, porque ela vê a cidade vivendo um caos público. Já aos bombeiros, perguntei como é voltar para casa após o ocorrido. E ambos, o tenente, o cabo e o sargento, responderam que não tem mais o ‘voltar para casa’. Segundo eles, tudo se tornou fútil, todos os problemas que eles achavam que tinham não têm mais diante dessa tragédia, ou seja, o ocorrido mudou toda uma subjetividade local, do modo como eles enxergam a vida”, recordou.

Os acadêmicos também adiantaram que o trabalho vai apresentar, além das vítimas que perderam a vida, as vítimas indiretas do pós-desastre, ou seja, pessoas que ainda estão sofrendo as consequências. “A gente pensa que a injeção de dinheiro vai facilitar a vida das pessoas, mas na verdade, traz muito mais vítimas e vamos detalhar isso no nosso artigo”. Também, defendeu as pesquisas na vida acadêmica. “Enquanto acadêmicos de uma instituição particular, também devemos fazer pesquisas científicas, pois ela traz resultados fantásticos para a comunidade e principalmente para a comunidade acadêmica nas mais diversas áreas”, finalizou Toledo.

Após a conclusão do artigo e do documentário, que está prevista para até o mês de dezembro, os acadêmicos vão retornar a Brumadinho para dar a devolutiva aos entrevistados e aos órgãos que participaram do trabalho.

 

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