Fernando Seabra mostra a força do empreendedorismo durante palestra em Dourados

Empresário e consultor da FIESP mostra os principais elementos que podem desviar o empreendedor do caminho do sucesso

Pela primeira vez no MS, Fernando Seabra diz que a força do empreendedorismo está na busca por inovação e conhecimento

Com retórica disruptiva, Fernando Seabra afirma logo de início que o brasileiro precisa se libertar das crenças limitadoras, da “Síndrome de Vira-lata”, para à partir de então entrar efetivamente no caminho do sucesso. Ele também assegura que ao contrário do que o senso comum sugere, as oportunidades atualmente estão descentralizadas, ao passo que no horizonte visionário e assertivo deste investidor, o agronegócio caminha para ser a galinha dos ovos de ouro das novas startups. O evento abriu os trabalhos do primeiro Hackathon da Unigran, que envolveu os cursos de Administração de Empresas, Ciências Contábeis, Engenharia de Software e Publicidade Propaganda.

É raro hoje em dia quem nunca ouviu falar nas famigeradas startups, mas afinal, o que é isso? O termo de origem norte-americana existe há décadas para definir toda e qualquer nova empresa, contudo, foi apenas no início dos anos 2000, com a quebra da bolsa da internet – a Nasdaq – que o conceito se tornou mais usual, quando passou a definir algo como um grupo de pessoas que trabalhavam em torno de uma ideia que supostamente poderia gerar um significativo lucro de forma rápida.

Porém, passados quase 20 anos o conceito hoje está um tanto alterado e ainda não é unânime, mas atualmente, de forma geral, startup é sinônimo de um determinado grupo de indivíduos à procura de um novo modelo de negócio, normalmente vendendo um produto ou serviço novo ou simplesmente alterando a forma como um conhecido produto é apresentado aos potenciais consumidores. São conhecidos exemplos de startups brasileiras a Nubank, ícone dos cartões de crédito sem anuidade, que recentemente entrou para o hall das empresas unicórnios – aquelas que superaram a cifra de US$ 1 bilhão em valor de mercado –, seguindo assim o mesmo caminho da plataforma de pagamentos PagSeguro e do aplicativo de transporte 99.

Voltando ao cerne deste conteúdo, Seabra contou que ao aterrissar em Dourados e em Mato Grosso do Sul pela primeira vez, ficou encantando com os verdejantes e vigorosos campos que viu ao seu redor, naquilo que afirmou ser o retrato de um Brasil do futuro. Obviamente que não é de hoje que o agronegócio é um dos principais motores da economia nacional, pelo contrário, mas desde a industrialização que o país enxerga o setor primário com certa vergonha, tentando sempre se desvencilhar dele, mas o palestrante defende que precisamos focar naquilo que somos bons por natureza e para isso usou uma metáfora interessante, ao dizer que não devemos dar aula de reforço nas disciplinas nas quais o aluno tem dificuldade e sim naquelas que ele tem facilidade.

Além disso, ele que lidera o GRI (Grupo de Relacionamento com Investidores do Departamento da Micro, Pequena, Média Indústria e Acelera Fiesp), reforça afirmando que o empreendedor que está aqui no Mato Grosso do Sul, possui tantas oportunidades como aquele que está no eixo sul-sudeste, da mesma maneira que não estão em desvantagem em relação aos que desfrutam das benesses dos primeiro mundo, basta que se tenha consciência do que pode fazer de melhor e para quem apresentar esse potencial. “O Brasil de hoje é o que vejo diariamente na Avenida Paulista, mas o Brasil do futuro é este que vejo aqui. Não estou dizendo para todos migrarem para este setor, mas digo que quem é do agro continue neste caminho, pois é o segmento que ainda vai nadar de braçada”, complementou.

Crenças limitadoras

Durante o evento no Anfiteatro da Unigran, Seabra explicou também que atualmente 97% das startups fracassam, e quase metade destas sucumbem pelo mesmo motivo, simplesmente por oferecerem um produto ou serviço que o mercado não quer. Isso acontece, conforme o palestrante, pelo fato do empresário incorrer no 'Mito do Empreendedor', detalhado no livro homônimo lançado por Michael Gerber em 1986, que diz entre outras coisas que boa parte daqueles que iniciam o próprio negócio são apenas 10% empreendedores, 20% administradores e 70% técnicos, ou seja, uma composição fadada ao fracasso.

Para equilibrar a balança Seabra menciona que é preciso buscar conhecimento, e seguindo uma linha oposta daquela que alguns vendem e que a mídia não muito raramente compra, estudar continua sendo o caminho mais óbvio e menos árduo para alcançar o sucesso, pois aqueles que obtiveram êxito sem conhecimento são apenas exceções, mas por fazerem um certo estardalhaço, acabam por criar nos jovens a consciência de que basta ter coragem e nada mais. “A academia não transmite o conhecimento, ela ensina a racionalizar o conteúdo, a absorver os dados e transformá-los em informação e conhecimento”, explicou.

Existem inúmeras âncoras que impedem o desenvolvimento das startups, âncoras estas que ele define como 'crenças limitadoras', que podem ser de ordem psicológica, cultural, religiosa e etc. Seabra alerta que muitas vezes o empreendedor não tem a consciência de que carrega estas pedras, fato que é mais intensificado no brasileiro, que por natureza é raçudo e não desiste fácil, contudo, em inúmeros casos não está sendo persistente, mas apenas insistindo no erro ao invés de se libertar daquilo que o distancia da glória.

O palestrante

Fernando Seabra é advogado formado na PUC-SP, especializado em Marketing pela Universidade da Califórnia e MBA pela Drucker School of Business, onde já foi professor. É um investidor diversificado, atuando inclusive no setor da educação através da Titan Educação, voltada ao mercado de cursos à distância, além de diversos outros investimentos em diferentes áreas.

Como dito no início do texto, é líder do GRI na Fiesp, atualmente o maior projeto latino-americano voltado ao incentivo do empreendedorismo nas startups. Seabra também já trabalhou no grupo Lexus/Toyota e morou em diversos outros países, como Estados Unidos, França, Suiça e Panamá. Atua ainda como mentor e anjo de muitas novas empresas, as quais auxilia com seus quase 30 anos de experiência.

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