Autismo: diagnóstico precoce colabora no desenvolvimento

Psicologia

O tema foi abordado durante a XI Jornada Acadêmica de Psicologia da UNIGRAN

O tema “Autismo” foi discutido durante a XI Jornada Acadêmica de Psicologia da UNIGRAN. Estudiosos e pesquisadores trouxeram aos acadêmicos da Instituição propostas, técnicas e novidades sobre os “Transtornos do Espectro Autista” em palestras e oficinas.

As mestrandas em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento, Gabrielle Maria Figueiredo e Merielle Totti Feijóo, falaram sobre aprendizagem para pessoas com autismo e apresentaram uma metodologia desenvolvida dentro da análise de comportamento.

“É uma metodologia que se baseia na aprendizagem sem erros. É uma contribuição por pensar em todo o desenvolvimento da criança que reduz possibilidades de erros, de frustração, de qualquer efeito deletério na história de aprendizagem. E é um método que possibilita que a aprendizagem progrida muito mais rápida por conta de não ter esses erros, de não ter volta”, explica Gabrielle.

Gabrielle Figueiredo destaca a permanência do assunto na mídia. “Vários fatores têm contribuído para o autismo estar hoje tão presente no debate do dia a dia, uma das coisas que contribui é o fato hoje do diagnóstico ser dado mais precocemente”, afirma. Para Merielle Feijóo, tem uma contribuição muito importante com todo movimento dos pais. “Hoje em dia os pais têm tido um papel muito importante na divulgação do autismo, na busca por novos tratamentos e métodos. Então, antes os pais acabavam escondendo os seus filhos, muitas vezes por não saber como lidar. Hoje, os pais estão em busca, formando ONGs, indo atrás do governo e pedindo mais auxílio. Eu acredito que é um conjunto de vários fatores aliados a isso”, enfatiza.

As pesquisadoras acreditam que a chave da melhora é o trabalho e a metodologia de intervenção que elas têm estudado. “A nossa busca é sempre que o indivíduo seja mais autônomo e independente. Então, a gente sempre conta com o fato que aquele indivíduo pode melhorar muito e parte dessa premissa que não é porque ele tem um diagnóstico que ele não vai ter evolução na vida dele”, garante Figueiredo.

Conforme as psicólogas, quanto mais tardio o tratamento, mais são os prejuízos. “Acreditamos na intervenção precoce, quanto mais cedo, melhor. E, com essa intervenção precoce e contínua, isso vai aumentando a possibilidade da criança se desenvolver. Caso não tenha intervenção, haverá prejuízos muito graves tanto cognitivos, motores e sociais. Então, quanto mais cedo e intensivo, melhor para criança para família e também para a sociedade”, ressalta Merielle Feijóo.

O outro no autismo

A mestre em Psicologia e professora da UNIGRAN, Priscila Pesqueira de Souza, abordou uma questão que chama atenção da maioria das pessoas que tentam compreender o autismo. Com o tema “Existe o OUTRO no autismo?” a psicóloga debateu e respondeu as questões apresentadas pelos participantes.

Priscila menciona que a primeira coisa cobrada quando uma criança nasce é que ela seja alguém e, por algum motivo, o autista se nega a entrar nessas relações, no mundo simbólico. “Falta a ele um passo a mais para se tornar um sujeito”, diz a professora. A especialista tem sua linha de pesquisa voltada para a psicanálise. “O autismo, para ser considerado pela psicanálise, precisa ter um isolamento, precisa ter a falta de contato, do olhar no outro. Se tiver um olhar, então a gente questiona para ver se é um caso de autismo mesmo”, informa.

O tema da palestra da professora Priscila era uma pergunta e ela responde. “O outro sempre existe. Não tem como o sujeito ser humano, sem a existência do outro, por mais que eu me negue a me relacionar com ele”. Ela ainda completa, “o autismo não é uma doença, é uma modalidade de ser no mundo. Até porque temos casos de autistas brilhantes. É uma recusa de contato. Se você ficar taxando demais, você limita o sujeito. A psicanálise não consegue dizer o que o sujeito é. Ela consegue dizer o que ele não é. Ele não é redutível a um sintoma, ele não é redutível a um ato”, conclui. [IO]

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