A lição de casa foi cumprida e além do aprendizado que certamente auxiliará na formação os acadêmicos de Arquitetura da UNIGRAN também tiveram uma lição de vida. Um trabalho na disciplina de Tecnologia e construção da arquitetura I, dada pelo professor e diretor da Faculdade de Ciências Exatas e da Terra, Rubens Di Dio, exigiu dos alunos a observação e o contato com comunidades mais carentes.
Rubens Di Dio afirma que o acadêmico precisa conhecer as mazelas que os maus planejamentos urbanos provocam. “Assentamento mal planejado, invasões que viraram propriedades sem nenhuma condição de infraestrutura. Eles foram conhecer isso e ficaram surpresos, porque existem problemas seríssimos tão perto deles, e nós temos que ter uma condição de cultura de mudar isso”.
“Os estudantes utilizaram o ônibus urbano e foram pra periferia ver como que é feito esse trajeto o quanto tempo demora, verificaram a condição da iluminação, do asfalto, da limpeza pública. É a conscientização de como está a periferia, como vivem as pessoas de baixa renda que formam um bolsão circular da grande cidade”, explica Di Dio.
A acadêmica Nadir Pereira Carmona Kozoroski, 3º semestre, explica que a turma foi dividida em grupos e seu grupo foi até a Vila Valderez. “Fomos de ônibus, e vimos como é demorado, é muito cheio mesmo no fim de semana. O bairro ainda não tem asfalto, em tempos de chuva não chega dar alagamento nas residências, mas para caminhar as pessoas usam saquinhos plásticos nos calçados“, conta.
“Entramos em contato com a presidente do bairro pra poder entrar lá, o bairro é bem violento e para gente conversar com os moradores, pois eles ficaram um pouco acanhados. Entrevistamos algumas famílias, fotografamos tanto a parte externa quanto a parte interna, questionamos sobre a quantidade de moradores, quantidade de filhos, vimos uma variedade muito grande de constituição familiar. Tem casais que é só o esposo e a esposa, mas tem lares que tem só a mãe com 10 crianças pequenas”, revela a acadêmica.
Nadir admite que como uma futura arquiteta não irá projetar só para a classe média alta ou classe alta. “Faremos também trabalhos pra população mais carente. Vimos diferentes situações apesar de muitas famílias serem pobres, você vê o cuidado, o zelo e as perspectivas que essas pessoas têm. O trabalho além de me ajudar muito como futura arquiteta, me ajuda como pessoa, como ser humano”, conclui. (SG/IO)