UNIGRAN participa de desenvolvimento de documento indígena

Cartilha Indígena

Documento busca resgatar idioma e costumes indígenas através de direitos das crianças

A proximidade com a cultura da cidade tem afastado cada vez mais indígenas de seus costumes e crenças originais. Preocupados em resgatar essas origens, um grupo de representantes indígenas, em parceria com a UNIGRAN e atendendo uma meta da Unicef, produziu uma cartilha reunindo os saberes, direitos e cuidados tradicionais em relação às crianças indígenas.

A pró-reitora de Ensino e Extensão da UNIGRAN, Terezinha Bazé de Lima, explica a diferença da cartilha para outros documentos que asseguram direitos infantis. “É diferente do que é pregado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Os indígenas têm uma cultura diferenciada e essa cartilha é uma orientação para as lideranças, benzedores, agentes de saúde e qualquer um, dentro da aldeia, que lide com uma criança”, explica.

Micheli Alves Machado é uma das tradutoras da cartilha para a língua guarani-kaiowá e conta que a experiência é muito boa. “É muito bom voltar às nossas raízes, recordar palavras que não usamos mais hoje. Por mais que a aldeia esteja perto da cidade e sofra influência, a gente percebe que a língua ainda resiste de uma forma inexplicável”, comenta.

Para ela, a experiência também serviu como um alerta. “Existem palavras que a gente se pega falando e não dá importância, mas quando você coloca no papel percebe que se aquilo não for documentado, pode acabar”, lamenta. Micheli acredita que a cartilha também contribui para a valorização do idioma materno dentro da própria aldeia.

Já Silvio Ortiz, tradutor que também participa do projeto, aponta que além de resgatar o idioma, ações como essa resgatam também a cultura indígena. “Agentes de saúde que visitam as casas percebem que as mães estão muito distantes da informação que seus antepassados tinham, ela não sabe se segue a vida do branco ou do indígena. Essa cartilha volta no tempo e faz com que a mãe se identifique, porque essa é a raiz, a vida que a gente tinha”, analisa.

O documento será disponibilizado nas duas línguas – guarani-kaiowá e terena – e deve passar por uma avaliação e revisão dos próprios membros da comunidade indígena antes de ser convalidado, publicado e distribuído nas aldeias de Dourados. (TD / SG)

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