Acadêmico da UNIGRAN lança livro no Fórum Social e é incentivado por Dussel.

José Carlos Coineth, acadêmico de Direito da UNIGRAN e autor de o “Direito e o Outro: ensaio sobre a alteridade” (Ethos Editora, 2001, 80 p.), fez o segundo lançamento de seu livro durante o “II Fórum Social Mundial”, do qual participou em Porto Alegre neste mês. A primeira edição dessa obra, que foi lançada em Dourados no “Simpósio Regional de Advogados e Acadêmicos de Direito do Novo Milênio”, em novembro, já está praticamente esgotada nas livrarias da cidade.

O livro trata filosoficamente dos conflitos inter-societais como sendo objetos do Direito, com um olhar “humanista da humanidade e sem pretensões de fazer demarcações políticas ou religiosas e longe dos dogmas de validade absoluta”, como define o universitário que surge como um fino escritor regional. Ele mereceu uma deferência feita pelo expoente máximo da Filosofia da Libertação, Doutor Enrique Dussel, autor de uma vasta bibliografia. Coineth espelha-se nesse importante pensador argentino, atualmente radicado no México, cujas obras estão publicadas em vários idiomas.

Durante o Fórum Social, eles se encontraram em uma oficina no Instituto de Filosofia da Libertação (IFIL), da qual Dussel participou como convidado e falou sobre a trajetória da Filosofia da Libertação na América Latina. A respeito de “O Direito e o Outro: ensaio sobre a alteridade”, ele parabenizou o escritor douradense pela iniciativa em aplicar essa corrente filosófica ao estudo do Direito. “Sua obra resgata a alteridade em contradição à intolerância que provoca o sofrimento das vítimas. Você está no caminho certo”, incentivou. Coineth apresentou sua obra também nas oficinas do Instituto de Hermenêutica Jurídica (IHJ) e no Núcleo de Estudos de Direito Ambiental (NEDA).

Vencedor do “I ConID_CURSO de Monografias”, promovido pela Faculdade de Direito da UNIGRAN na Semana Jurídica XXII, o acadêmico já está trabalhando em outro livro. Ele pretende lançar mais dois títulos em breve: “O Direito e o empobrecido” e “o Direito e o gênero humano”. Como escritor, o seu ideal é reformular as ciências jurídicas que, a seu ver, não incorporam mais a nossa realidade. “Devemos dar um basta a essa ética utilitarista e pensar em uma ética da libertação, fazendo uma redução do Direito à ética e da ética à vida, porque o mais importante é a vida. É a partir das condições objetivas da vida que nós temos que pensar o Direito”, posiciona-se José Carlos Coineth.

FOTO: (da esq.) Coineth, Dussel e o economista Juan Carlos, durante o II Fórum Social Mundial, na capital do RS.