Médico Veterinário da UNIGRAN fala sobre a prevenção à febre aftosa

A vacinação é importante para a prevenção contra a febre aftosa
Começou a vacinação contra a febre aftosa em fronteiras com Paraguai e Bolívia. O calendário oficial de vacinação em Mato Grosso do Sul começa no mês de maio, mas por causa dos focos da doença confirmados no Paraguai nos últimos meses, o governo brasileiro decidiu antecipar a vacinação nas regiões de risco. O médico veterinário da UNIGRAN e fiscal da Agência Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), Jorge Granja de Oliveira Júnior, explica que a febre aftosa é uma doença viral aguda que causa febre, seguida do aparecimento de vesículas (aftas), principalmente, na boca e nos pés de animais que têm o casco biangulado, ou seja, que têm o casco partido em dois, como bovinos, bubalinos, ovinos e suínos. No Brasil, a vacina é aplicada somente nos bovinos e bubalinos. Anualmente existem duas campanhas de vacinação em MS: uma em maio e a outra em novembro. “O governo sempre decide um pouco antes da campanha qual a idade dos animais que serão vacinados, nessa campanha, por exemplo, serão vacinados animais de todas as idades. Todo o estado realiza a vacinação, sendo feita diferenciada na fronteira devido ao risco maior com os países que fazem fronteira com a gente: o Paraguai e a Bolívia”, explica Jorge. Segundo o professor da UNIGRAN, o gado paraguaio é muito mais barato que o gado brasileiro. “Principalmente agora, que é época que aparecem os focos lá. Um bezerro costuma custar em média a metade do preço do Brasil”, afirma. Com isso, existe uma preocupação com o contrabando, “o serviço de defesa sanitária tenta fortalecer a fiscalização na fronteira, no intuito de impedir ou diminuir o contrabando e, por consequência, a introdução da doença aqui no Brasil”, esclarece. Prevenção A prevenção à febre aftosa é grande desafio, pois “é uma doença que não se trata, se tiver casos tem que sacrificar os animais”, garante o médico veterinário. Existem várias maneiras do vírus passar. De acordo com Jorge, “o contato direto é o menos importante, o principal é com a participação direta das pessoas, porque quando uma pessoa entra em uma propriedade onde tem animais doentes, ao sair, ela leva o vírus no sapato, na calça, na roda ou embaixo do carro, no equipamento que a pessoa utilizou. Mas também tem contaminação pela água, no alimento”. O prejuízo causado pela doença é muito grande. “O Brasil faz parte de um circuito internacional de produtores e exportadores de carne, hoje somos o maior exportador de carne bovina do mundo. Um único foco da doença no Brasil faz com que o país inteiro pare de exportar. Por exemplo, temos hoje frigoríficos que abatem de 1.600 a 2.000 cabeças de gado por dia, de um dia por outro, automaticamente, o frigorífico tem que parar porque essa carne não pode sair do país”, analisa o fiscal da Iagro. O problema é tão grave que se estoura um foco de febre aftosa não é só a carne bovina que sofre prejuízo. Jorge Granja conta que “os países que importam também carne de aves, suínos, num primeiro momento eles também param de importar tudo. Até que o Brasil resolva e garanta que não há risco do vírus seguir com a carga contaminada”. O médico veterinário fala que é preciso que o produtor faça a vacinação bem feita, dentro da campanha, nos horários adequados, que conserve a vacina e, tendo caso de suspeita, deve notificar o órgão oficial. É uma doença que não pega nas pessoas. A importância que se dá a vacinação é sobre o impacto que ela tem no mercado internacional de carne e, como o Brasil tem grande participação nesse mercado, é muito importante a campanha contra a febre aftosa. “Grande parte da economia do nosso estado mesmo vem da pecuária, então é necessário que o estado permaneça livre da doença. O último foco foi em outubro de 2005, estamos há quase sete anos livre da doença, trabalhando duramente para que nunca mais volte”, finaliza Jorge Granja. (SG)

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