Artigo: O Marketing e a World Wide Web.
Regina Celia Passos, mestranda em Administração pela PUC-SP, professora da UNIGRAN.
Já é fato estarmos vivendo em uma economia global e rapidamente mutante, com transformações que vêm modificando os conceitos de distância cultural e geográfica, bem como, trazendo ao dia-a-dia do consumidor bens e serviços híbridos, muitas vezes frutos de joint ventures. Assim, as soluções tradicionais de Marketing são desafiadas, pois se abrem novas oportunidades que desmoronam pressupostos e soluções anteriormente aceitas fazendo com que a experimentação venha a ser considerada a todo o momento.
Nesse contexto, o profissional da área de Marketing precisa coligar a empresa à tecnologia exercendo estrategicamente a função intermediária que tem no status quo da organização, entre quem produz e o mercado. Sua posição deve ser a de integrador de sistemas, ou seja, de uma pessoa que concentra as informações oriundas de clientes, fornecedores, distribuidores e da própria empresa para lhes dar sentido prático que venha a resultar no estabelecimento de um relacionamento duradouro com o cliente ávido de novidades.
O Marketing, portanto, torna-se grandemente influenciado e dependente de um meio de comunicação direto, interativo e quase onipresente, que, embora jovem, já tem milhões de adeptos em todo o mundo, incluindo pequenos empresários, o qual está conseguindo mudar de maneira singular o conceito de valor do serviço e os modelos dos negócios, pois se tornou uma extensão da interação humana em rede de relacionamentos: a World Wide Web que carrega consigo o seu mundo virtual.
Outros meios de comunicação foram revolucionários no passado tais como a imprensa, o rádio e a televisão, porém, apenas hoje, com a tecnologia digital, temos um meio de duas mãos o qual possibilita que as verdades apareçam e que a tolerância à diversidade seja muito maior.
Os microships, os softwares e a comunicação de dados que convertem voz, imagens e dados digitalmente são o alicerce do novo mundo, pois abrem espaço para a personalização em massa, o comércio eletrônico e para que as empresas inovadoras apliquem suas idéias ao colocarem essas tecnologias para interagir, redefinindo assim, processos, alterando princípios de competição e modificando a vida da população do planeta.
Desaparece a fidelidade à marca, visto a tecnologia diminuir a barreira do surgimento de empresas novas e possibilitar uma grande rede de distribuição capaz de gerenciar uma variedade quase infinita de produtos havendo, inclusive, a redefinição do conceito de imagem que cada vez vai originar-se menos dos meios de comunicação estáticos e mais das experiências interativas, onde os consumidores irão formar sua percepção sobre a imagem da empresa com base na interação pessoal, na resposta do sistema e na interface acessível e inteligente.
Nesse novo mercado, os clientes tornam-se seus próprios “marketeiros”, pois mudam seus comportamentos e desejos mais depressa que as empresas tendo cada vez expectativas maiores e diferenciadas em razão da experimentação da conveniência e velocidade do auto-serviço com a satisfação no momento e local de uso.
Diante disso, para que o profissional de Marketing viabilize a obtenção de resultados positivos da empresa junto ao mercado deve estar compreendendo a capacidade da tecnologia, concentrando-se em saber como os concorrentes estão organizando e utilizando essa tecnologia de maneira a detectarem modelos empresariais emergentes, com novas formas de criar relacionamentos com o cliente sendo prático, objetivo, ágil, focado e flexível.