Artigo: A Natação para portadores de necessidades especiais.

A delegação brasileira de 64 atletas conquistou 22 medalhas nos Jogos Paraolímpicos de Sydney, em 2000: 6 de ouro, 10 de prata e 13 de bronze. Classificando-se na 24ª colocação no quadro geral de medalhas, essa foi a melhor participação do Brasil na história das Paraolimpíadas, iniciadas na Itália em 1960. Dentre quatro mil competidores, mais de 580 eram nadadores portadores de necessidades especiais. A grandeza desses números evidencia que, cada vez mais, essas pessoas estão procurando desenvolver alguma atividade esportiva, seja em nível de competição seja para finalidades terapêuticas. No ID_CURSO de Educação Física da UNIGRAN, os acadêmicos estão atentos a essas mudanças.

“Na busca pela aceitação e compreensão de seu lugar na sociedade, o portador de necessidade especial percebe, na prática esportiva, a possibilidade de integrar-se socialmente por intermédio de exercícios que, além de auxiliar na reabilitação, devolvem o prazer e a vontade de viver”, escreveu um grupo de estudantes, da turma do 4º ano, diurno no trabalho “Natação para portadores de necessidades especiais”.

Segundo esse trabalho, a Natação é uma das modalidades esportivas mais adequadas às pessoas portadoras de necessidades especiais. “A Natação para portadores de necessidades especiais, particularmente no nível físico, categoria amputados, propicia à pessoa o conhecimento de novas possibilidades de movimento e favorece o desenvolvimento de suas potencialidades”, explica o professor da disciplina de Cinesiologia, fisioterapeuta Cláudio Roberto Reis Filho.

Ele foi o orientador da pesquisa bibliográfica e de uma análise de caso feita pelo aluno Rodigo Pável.

Durante dois anos, Rodrigo acompanhou, em uma academia de Natação, um aluno de 47 anos que teve as pernas amputadas abaixo do joelho. “Ele não sabia nadar e sentiu um pouco de dificuldade no início, mas desenvolveu-se como os outros alunos depois de uma curta fase de adaptação”, comentou o acadêmico. O trabalho foi realizado em conjunto com os estudantes Sérgio Matheus, Alyne Benício, Alexsandra Gonela, Gleide Maciel, Simara Fernandes e Silvânia de Lima.

Por meio desse estudo, aprende-se que uma pessoa amputada tem o seu sentido de equilíbrio prejudicado por perturbações proprioceptivas (relativas ao receptor sensorial que sinaliza a posição espacial e movimentos do corpo e de seus membros, assim como a tensão muscular), visto que falta o contato de um e ou de ambos os pés com o solo.

Entretanto, a falta dos membros inferiores torna a pessoa praticamente insubmergível, o que facilita grandemente a flutuação. Porém, dificulta o mergulho. A exercitação com a Natação enfatiza o treinamento do alinhamento corporal e postural, bem como a potência muscular, dando amplitude aos movimentos para a realização da marcha com prótese.

A Natação oferece ainda outras contribuições importantes para melDATA_HORAr a qualidade de vida de uma pessoa com as pernas amputadas, como a melhoria dos equilíbrios estático e dinâmico e a diminuição dos espasmos musculares, que se traduz em alívio de dores nos cotos (extremidades de um membro amputado).

“Os ID_TIPOs indicados para pessoas amputadas são o nado crawl e o nado de costas, que exigem pernadas mais intensas e força maior para a propulsão do corpo”, colocou o grupo. Eles alertam, contudo, que no nado de peito a pernada deve ser evitada por ser grande a possibilidade de provocar lesão no joelho. Isso pode ocorrer devido à faixa de rotação do joelho ser muito limitada. “Assim, em se tratando de um amputado, é imprescindível atentar-se para essa particularidade específica do nado de peito”, escreveram.

Na prática da natação por pessoas portadoras de necessidades especiais, como desporto paraolímpico, utilizam-se as mesmas regras da Federação Internacional de Natação, com algumas concessões para adaptações na plataforma de largada ou partidas com os atletas já na piscina.

Os acadêmicos, hoje licenciados como professores de Educação Física, em solenidade de colação de grau no dia 14, concluíram que “é possível, a partir da atividade física, oportunizar situações em que as diferenças impostas pela sociedade sejam superadas, unindo a afetividade que deverá ser oferecida pelo profissional de Educação Física para elevar a auto-estima que o aluno necessita para transpor as barreiras colocadas às pessoas portadoras de necessidades especiais”.

FOTO (do site do nadador paraolímpico Danilo Glasser): Entre as conquistas dos atletas brasileiros nas Paraolimpíadas de Sidnei, em 2000, os nadadores Danilo Glasser, Fabiano Machado, Adriano Gomes e Mauro Lima ganharam a medalha de bronze na categoria revezamento 4 x 100m livre, com o tempo de 4min12s18.

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