Documento sobre direitos indígenas escrito na língua materna é convalidado

Tradutores, representantes indígenas e professores acreditam que documento ajuda a resgatar língua indígena
A escola indígena Tengatuí Marangatú, da Aldeia Bororó, recebeu no último sábado, um grupo de linguistas, professores, tradutores e representantes indígenas para convalidar uma coletânea de textos legais que foram traduzidos para os idiomas guarani e terena. O trabalho com os textos, que falam sobre direitos e deveres dos indígenas, é de responsabilidade da UNIGRAN e objetiva tornar mais fácil o acesso dos indígenas às informações sobre os direitos deles. O cacíque Catalino Aquino, representante guarani, reconhece o trabalho dos tradutores e a importância dos textos para os indígenas. “É o renascimento da língua antiga. Aquele que sabe que é importante, encaminha para outros jovens, uns 15% ou 20% que entendam, vai passando pra outro e vai renascendo”, diz. Vale lembrar que assim como outras etnias, os terena e os guarani possuem uma tradição oral, ou seja, não existe um registro escrito contínuo do idioma, o que contribui para o desaparecimento da língua com o passar do tempo. Ciente deste problema, Andréa Marques Rosa, uma das tradutoras que revisou os textos, acredita que fez sua parte para preservar parte da cultura indígena. “Nós estamos de certa forma contribuindo para a continuidade dessa língua na comunidade, porque ao invés de recorrer a uma legislação que está em língua portuguesa, os indígenas terão uma legislação que está em sua língua mãe”, ilustra. Projeto foi desenvolvido em conjunto com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e teve como responsável a Pró-reitora de Ensino e Extensão da UNIGRAN, Terezinha Bazé Lima. Processo Após vencer uma licitação, a UNIGRAN ficou responsável por organizar um edital para selecionar profissionais indígenas para traduzir os textos, processo que durou dois meses. A responsabilidade do trabalho é grande, já que interpretações erradas da lei poderiam trazer problemas legais para os tradutores. Apesar da complexidade, já que não se trata de uma simples tradução, mas também de adaptar ao texto alguns itens existentes na cultura branca que não existem na cultura indígena, o resultado foi aprovado. O projeto foi nomeado “Tradução, revisão e validação de documentos internacionais de defesa de direitos indígenas nas línguas guarani-kaiowá e terena”. (TL/CJ)

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