ID_CURSOs de Comunicação debatem a mídia alternativa

Jaqueline Gonçalves explicou o projeto do jornal Ajindo, produzido por indígenas e distribuído nas aldeias de Dourados
Ser representado e participar de discussões que envolvem a realidade e a cultura da comunidade. A comunicação alternativa ou comunitária compreende os jornais que circulam fora da grande imprensa. Esse tema pautou a segunda noite de palestras da IV Semana Integrada de Comunicação da UNIGRAN. A comunicação própria para combater exclusão na mídia está presente em muitas cidades brasileiras e tem pouca visibilidade da população. Enquanto os meios de comunicação de massa avançam em prol da homogeneização, a mídia popular propõe um resgate da cultura local, recupera a identidade e valoriza a tradição de uma determinada comunidade. Para falar sobre esse assunto, estiveram presentes, durante mesa de debates da Jornada de Comunicação, os responsáveis pelo jornal Ajindo, da Reserva Indígena de Dourados, e Argemiro de Almeida, da Rede Rua de São Paulo, que trabalha a comunicação com pessoas em situação de rua na capital paulista. O Jornal Ajindo, conteúdo impresso com tiragem de mil exemplares e circulação bimensal, é um trabalho desenvolvido há pouco mais de dois anos por um grupo de jovens que participam da Ação dos Jovens Indígenas de Dourados (AJI). Lutando por uma voz ativa na sociedade, temáticas que mostram o cotidiano da comunidade indígena são retratados nas páginas do jornal. “Falamos sobre a violência, educação, cultura, saúde, de tudo o que acontece sobre o ponto de vista positivo e negativo com a comunidade indígena de Dourados”, disse Jaqueline Gonçalves, uma das jovens responsáveis pelo jornal Ajindo. Embora seja um material com baixa tiragem, suas edições são encaminhadas a representantes do poder público. “É uma forma de chamar a atenção de nossos governantes sobre o que está acontecendo em nossa comunidade”, reiterou. O jornal, que tem uma jornalista como colaboradora, é pautado e produzido pelos próprios indígenas. Distribuído nas residências das aldeias Jaguapiru e Bororó, o material é ainda levado para as salas de aulas. “O mais interessante disso tudo é que o Ajindo se transformou em material pedagógico, sendo fruto de debate entre professores e alunos”, frisou Jaqueline. Segundo ela, o jornal é “voz” dos jovens e tornou-se um instrumento valioso para reforçar os princípios, valores e a cultura local. Além de impresso, o Ajindo é disponível de forma online, em blog. Vários indígenas participam desse projeto, que é constituído por ID_CURSO de redação e fotografia. Também são desenvolvidos projetos com produção de vídeos, que ensinam a filmar e editar imagens. Os ID_CURSOs são dados pelos indígenas que receberam formação técnica e hoje são multiplicadores das ações voltadas à comunicação. COMUNICAÇÃO DE RUA Argemiro de Almeida, que trabalha a comunicação com pessoas em situação de rua na capital paulista, apresentou durante a Jornada de Comunicação trabalho desenvolvido por ele e por profissionais jornalistas em diferentes regiões do País. Por meio de vídeo ou jornal impresso, pessoas que não têm onde morar ganham visibilidade na mídia alternativa, ao contrário dos grandes veículos de comunicação de massa, onde apenas são expostos. Para fazer esse ID_TIPO de trabalho, segundo Argemiro, é preciso “entrar no mundo do outro, para compreender a realidade e o modo de pensar desse indivíduo, pois se não, essa comunidade torna-se apenas um objeto de estudo”. O Rede Rua trabalha a comunicação com “pessoas excluídas” há 20 anos. (FV)

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