Intervozes defende responsabilidade na liberdade de expressão

Na abertura da Jornada Acadêmica de Comunicação, João Brant falou sobre a liberdade de expressão no Brasil
“Quando as minorias não têm voz, a democracia está abalada”. Com essa forte afirmativa, João Brant, direcionou seu pronunciamento na palestra de abertura da IV Semana Integrada de Comunicação, dia 08, no anfiteatro da UNIGRAN. O comunicador é integrante do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, organização que trabalha pela efetivação do direito humano à comunicação no Brasil. Depois de discorrer um breve histórico da liberdade de expressão, fundamentando em teóricos ingleses, franceses e norte-americanos preID_CURSOres da luta por permissão e espaço desse direito, Brant teceu observações sobre a legislação brasileira que trata do assunto. “As concessões [de tv] são moeda de troca na relação política, a Constituição de 1988 proibe o monopólio e o oligopólio, mas não se discute o que é isso na sociedade”, afirmou, referindo-se ao fato de no Brasil não existirem parâmetros para frear a ação das famílias que controlam a produção de conteúdo no país. “Isso afeta diretamente a democracia”, considera. Ele falou, ainda, sobre experiências de vários países que primam pela regulação de conteúdos jornalísticos e publicitário no mundo todo. Após, abriu espaço para a discussão sobre o momento atual da comunicação brasileira. O foco da dsicussão girou em torno dos desdobramentos da Conferência Nacional de Comunicação, ocorrida no ano passado, da qual a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) não participaram. “Elas tiveram medo do cerceamento da liberdade de expressão porque o quadro de desregulamentação é mais confortável para os grande monopólios”, considerou ele, transparecendo o posicionamento do Intervozes sobre o assunto. “Para a organização, o maior problema de liberdade de expressão é mais sério nos própios meios, que veem a regulação como censura”, concluiu. Após a palestra, os participantes interagiram com Brant, perguntando sobre questões reais da área de comunicação, como papel da assessoria de imprensa em casos de escândalos políticos e financeiros, sobre o direito de resposta, ética jornalística e outros temas. “A palestra foi muito positiva, principalmente pela participação dos acadêmicos. Com ela, conseguimos plantar mais uma semente da comunicação responsável, que era nosso foco”, comemora a coordenadora dos ID_CURSOs de Comunicação Social, Maria Alice Otre. (CM)

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