Especialista defende texto dialogal na Educação a Distância

Preti dividiu sua experiências com professores, que estão refazendo material do EAD
Orestes Preti, mestre em Educação pela Universidade Federal de São Carlos e atual bolsista da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT-Cuiabá), foi o convidado para interagir com o quadro de professores da plataforma Unigran Net, que atualmente produz material totalmente renovado para as disciplinas dos diferentes ID_CURSOs. “Reflexões acerca da produção de material didático na educação a distância” foi o tema do colóquio, que serviu para que Preti discorresse sobre produção de material didático, tutoria, metodologia científica e metodologia de pesquisa. A relação dialogal entre aluno e professor, traduzida no texto produzido, foi o principal aspecto ressaltado pelo especialista, que falou com exclusividade ao Departamento de Comunicação (Decom). Que elementos devem ser levados em consideração pelo professor, ao produzir material didático para o ensino a distância? “Ele tem que pensar que está escrevendo para um aluno que lerá o texto sozinho. Tem que escrever um texto que o aluno consiga entender sozinho, sem ter que constantemente ligar para o tutor, ou postar dúvidas na plataforma. Deve ser um texto que preze pela clareza, pela simplicidade, pela densidade do conteúdo e pela técnica do diálogo.” Há muitos mitos a derrubar sobre o Ensino a Distância? “O mito maior ainda está na academia. Os professores das universidades públicas, principalmente, ainda têm um certo receio em relação a esse tema. Acham que o que se faz em na educação distância é algo ruim em termos de qualidade. A gente até entende isso porque houve experiências desastrosas na educação a distância, no passado e ainda hoje. Algumas instituições, não sérias como a UNIGRAN, que faz um trabalho de qualidade, infelizmente têm espalhado essa idéia distorcida. Mas acho que o trabalho que está sendo feito em muitas universidades está começando a romper essas barreiras e o MEC, ao assumir a EAD como um programa de governo, está sinalizando que a Educação a Distância é uma modalidade que vai fazer parte do sistema regular de ensino.” Quais as principais dicas para a produção de um material pedagógico atraente para essa modalidade de ensino? “Sempre digo aos professores que, ao escreverem, se imaginem sentados ao lado do aluno, conversando com ele. Aí você escreve de uma forma bem dialógica.” Diferenças entre texto produzido para livros didáticos do texto para a educação a distância? “O texto que se usa na sala de aula não foi escrito para o aluno ler sozinho, foi um texto escrito para o professor explicar em sala de aula. Aí já há uma grande diferença, pois o texto para o ensino a distância é a fala do professor, ele explicando como se estivesse na sala, imaginando perguntas, dificuldades do aluno que ele poderia levantar naquele momento. Acho que isso torna o texto dialógico, ele se imagina na sala de aula, conversando com um grupo de estudantes.” Qual é a importância do feed back do aluno para o professor pontuar seu texto “Uma sabedoria do autor, quando escreve, é sempre se preocupar, na medida em que seu material vai sendo utilizado, de receber um feedback tanto dos professores que vão usar [o texto], quanto do tutor e, sobretudo do aluno. O que ele entendeu, com que palavras teve dificuldade, qual assunto foi mais tranqüilo, se ele realmente gostou do material, o que o ajudou a entender melhor. Esse vai-e-vem, como os professores daqui estão fazendo, revendo textos, recebendo outras sugestões, leva o autor a crescer com isso. Ele mesmo vai percebendo lacunas, trechos confusos e vai reescrevendo, como nesse momento que o ID_CURSO está oferecendo.” Qual é a análise que faz da qualidade do EAD no BR? “Nas primeiras experiências, que com começaram no final de 90, início de 2000, como eram pequenas experiências para um público também reduzido, as instituições tiveram o cuidado de zelar, preparar material com antecedência, formar os tutores. Mas, quando acontece esse boom a partir de 2006 e 2007, as próprias universidades foram atropeladas por esse desejo do MEC de expandir o Ensino Superior, e se perdeu um pouco esse cuidado com a qualidade. Hoje, chegou o momento de se fazer um pouco uma parada do crescimento numérico para começar a filtrar o que está se fazendo. O MEC está indo atrás: criou uma grande comissão nacional com mais de 500 professores especialistas em EAD que estão indo às Universidades tanto públicas quanto privadas para acompanhar. Eu participado dessas comissões, tenho ido às [universidades] particulares e elas têm ganhado muito com isso: têm sido muito sensíveis e abertas a aceitar as críticas, estão revendo e modificando seus procedimentos para dar qualidade aos ID_CURSOs. Elas são inteligentes e sabem que, se tiverem qualidade, além da quantidade, têm muito a ganhar com isso.”(CM)

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