Professor tem que estar preparado para assumir desafios, diz pesquisadora

Maria Augusta de Castilho, coordenadora do Programa de Mestrado em Desenvolvimento Local da UCDB
Ser professor é uma tarefa árdua, que exige muita dedicação aos estudos para transmitir informação aos alunos. A atualização passou a ser uma das principais ferramentas mais bem utilizadas pelos professores, como forma de estar atento às novidades e exigências das estruturas curriculares do ensino universitário. Mas isso não basta. Vários outros fatores somam às competências profissionais para ser um bom educador em sala de aula. Pensando nesta discussão, a Pró-Reitoria de Ensino e Extensão da UNIGRAN trouxe a professora doutora Maria Augusta de Castilho, coordenadora do Programa de Mestrado em Desenvolvimento Local da UCDB, para ser conferencista na abertura oficial do V Seminário Interno de Ensino e Extensão da UNIGRAN. O evento, voltado para os coordenadores e professores de ID_CURSOs, teve ainda a participação da reitora Rosa Maria D’Amato De Déa, que falou sobre os princípios norteadores para o ensino de qualidade na UNIGRAN, como elementos para o trabalho interativo e reflexivo. Maria Augusta de Castilho abordou em sua conferência “O que é ser professor universitário”, oportunidade em que também dividiu com os educadores da UNIGRAN suas experiências na prática docente e de coordenadora de projetos e ID_CURSOs durante a vida acadêmica. Ela, que já atuou em quatro grandes universidades públicas e privadas, concedeu entrevista para falar sobre o ensino universitário, bem como das dificuldades e desafios que o professor deve assumir ao enfrentar a sala de aula. UNIGRAN - O Brasil tem sofrido mudanças significativas quanto às especializações dos professores universitários dentro do contexto de mundo globalizado? Maria Augusta - Tem sim. O que acontece é que os ID_CURSOs de graduação ou de Metodologia do Ensino Superior para que o professor tenha direito a lecionar no ensino superior, não têm trabalhado, na minha avaliação, o estímulo, que é uma das partes mais importantes do professor. Primeiramente ele tem que gostar de ser professor, pois não adianta ter mestrado e doutorado, se não gostar da profissão, se não for comunicativo, afetivo e, sobretudo, ter uma emoção de bem com o aluno, mas tem que ser rígido. Sou criteriosa em avaliar; inclusive, alguns acham que eu sou autoritária, mas em contra-partida sou muito amiga. UNIGRAN - O país tem quantidade de mestres e doutores suficientes para o quadro de professores universitários? Maria Augusta - Numericamente sim, mas não em qualidade. Temos muitos professores titulados no sudeste, já no centro-oeste temos dificuldade, bem como no Acre e outros lugares do norte. O nordeste está muito bem. Tem muita qualificação, mas o que temos que batalhar é pela competência do professor dentro da sala de aula. Muitos fazem mestrado e doutorado e não querem dar aula na graduação, daí temos dificuldade. UNIGRAN - Que outros fatores influenciam para a qualidade do trabalho do professor universitário? Maria Augusta - Na minha concepção o professor universitário está ganhando razoavelmente bem. É claro que em algumas regiões pagam um pouco menos. O que falta mesmo para ele ser um professor competente em sala de aula é ele querer. Não adianta ter título se não quer melDATA_HORAr, se não procura ter uma formação continuada, participar de seminário, fazer pesquisa. Temos uma grande maioria, que quer ter a qualificação, ganhar dinheiro e não ter o trabalho. Mas ser professor dá trabalho. UNIGRAN - O professor é incentivador da pesquisa na universidade? Maria Augusta - Eu diria que uns 30%. Os professores só fazem pesquisa na iniciação científica. Se os alunos vão ganhar bolsa, eles fazem pesquisa, caso contrário ele [o professor] entra com projeto no CNPQ e faz pesquisa, mas em tese 70% deles não fazem pesquisa na universidade. UNIGRAN - Isso é uma deficiência brasileira? Maria Augusta - Sim. Mas por quê?. Nas [universidades] federais, é onde tem maior número de pesquisa porque o professor é contratado por quarenta DATA_HORAs e dá oito [aulas]. Nós das particulares, além de ensino e extensão, temos que fazer pesquisa. Por isso existe a dificuldade. UNIGRAN - Essa relação professor universitário e aluno. Quais seriam as habilidades que o professor deve desenvolver no seu aluno que vão representar a qualidade do seu trabalho? Maria Augusta - É a responsabilidade. Os nossos alunos hoje querem ter a nota, passar de ano, mas não querem ter a responsabilidades. Temos que ensinar responsabilidade, moral e ética, valores que, no Brasil, estão sendo perdidos. Nós temos escassez de valores morais. UNIGRAN - Qual o maior desafio do professor universitário? Maria Augusta - O maior desafio, hoje, é estar preparado para enfrentar sala de aula, a qual domina todos os meios de comunicação. Tem que estar preparado para vencer esse desafio dos alunos em sala de aula. As vezes, os alunos sabem mais que o professor. Se ele não acompanhar o desenvolvimento tecnológico e de conteúdo, o aluno vai ultrapassar o professor. Aí vem o desinteresse do aluno, que sai da sala de aula, passa a conversar. Outra coisa é que, em alguns setores familiares, os alunos não têm a educação frente ao professor. Nós temos algumas barbaridades acontecendo aí, em que alunos enfrentam o professor, coisa que não acontece no oriente. Os professores, nesse sentido, estão desvalorizados. (FV/CM)

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