Encontro de Plantio Direto no Cerrado é aberto oficialmente

Pesquisadores e autoridades políticas e educacionais prestigiaram a solenidade.
Embrapa CPAO - A orquestra regional Revoada Pantaneira fez sucesso durante apresentação na abertura oficial do 10º Encontro de Plantio Direto no Cerrado, nesta quarta-feira (24) à noite, no Salão de Eventos da Unigran, em Dourados (MS). A orquestra levantou o público com música raiz, revivendo clássicos com uma mescla de percussão, berrante e contrabaixo, apresentando ainda músicas regionais com sons de pássaros, gado, comitivas e os sons da vida pantaneira. Em seguida, foi realizada a cerimônia de abertura que contou com a presença do diretor-executivo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Kepler Euclides Filho, e do chefe-geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Fernando Mendes Lamas. Promovido pela Associação de Plantio Direto no Cerrado (APDC) e pelo Grupo Plantio na Palha de Dourados (GPP), e realizado pela Embrapa Agropecuária Oeste, o evento teve como tema da primeira palestra, na quarta-feira pela manhã, o “Estado da arte do Plantio Direto no Brasil avaliado pelo Rally da Safra 2009, ministrada pelo secretário executivo da Agrisus, Ondino Cleante Bataglia. Ele divulgou um estudo sobre o Plantio Direto no Brasil, com análise dos dados de campo acumulados nos últimos quatro anos. O trabalho, financiado pela Fundação Agrisus e conduzido no campo pela equipe do Rally da Safra 2009, revela que o sistema de plantio direto está consolidado em mais de 40% da área de soja e milho cultivados no Brasil, o que representa uma extensão de 11,5 milhões de hectares. A amostragem foi feita em março deste ano por equipes que percorreram cerca de 1.300 lavouras de soja e milho, avaliando a cobertura e o ID_TIPO de resíduo que havia no solo na época da amostragem. Com base no relatório onde foram analisadas as quatro regiões climáticas que concentram essas culturas, a Agrisus pretende discutir uma nova postura para que as instituições levem aos agricultores a tecnologia correta do plantio direto. “A proposta da entidade é incentivar mais demonstrações de campo, com todo acompanhamento técnico e agronômico, para que os agricultores possam ter o plantio direto feito com mais qualidade”, diz Ondino. A preocupação maior é na região de inverno quente e seco onde ainda falta muito para o plantio direto se consolidar. O relatório mostra que a região Sul do país, que é a de inverno mais úmido, tem a maior cobertura percentual de resíduos do Brasil (71%) índice que vai diminuindo gradualmente nas regiões mais secas como no norte/nordeste (13%). O ID_TIPO de resíduo verificado no solo mantém certa padronização, sendo que nas regiões onde o inverno é mais frio e úmido a cobertura de gramíneas persiste no campo em maior quantidade, enquanto nas áreas com inverno mais quente e seco, a produção de resíduos é menor e se decompõe mais rápido. Uma pesquisa feita entre produtores presentes nas palestras técnicas apontou que nas regiões Norte/Nordeste predominam as grandes propriedades, com maior concentração das pequenas e médias propriedades no Sul. Nas propriedades menores o índice de adoção do plantio direto em toda a área é maior (92%), mas nas grandes propriedades a média cai para 37% da área. O relatório completo está disponível para consulta e download no site da Agrisus: www.agrisus.org.br Sistemas integrados Em seguida, o consultor em agronegócio e ex-ministro da Agricultura, Alysson Paulinelli, falou sobre o “Sistema Plantio Direto (SPD) e sistemas integrados de produção no Cerrado”. Ele lembrou que o Sistema é revolucionário no processo produtivo, sendo também uma resposta àqueles que denominam os produtores como ‘maus brasileiros’. “O Plantio Direto reverte o quadro de plantar na mesma área. Com o sistema é possível o rodízio das culturas, um plantio racional, direto, com melhoria do solo fazendo a ‘coisa’ mudar”, disse. Além disso, foi colocado pelo consultor que o Plantio Direto aumenta a estabilidade da renda do produtor, reduz custos da atividade agrícola e pecuária, causa impactos positivos ecológicos e sociais. “Ele aumenta anualmente a produção de grãos, recupera pastagens degradadas, permite a sustentabilidade no uso dos reID_CURSOs naturais, causa menor pressão para abertura de novas áreas, fixa o homem no homem no campo, garante a oferta de emprego e alimentos dentro de um sistema equilibrado”, destacou Paulinelli. SPD no Brasil e no mundo À tarde, o pesquisador da Cooperativa dos Agricultores de Plantio Direto (Cooplantio), do Rio Grande do Sul, Dirceu Gassen, que ministrou a palestra “O SPD no Brasil e no mundo”, enfatizou que o Plantio Direto reduz a erosão e não libera carbono já que é capaz de manipular e retirar do ar o CO2. “O agricultor que faz o Plantio Direto deveria ser aplaudido pela sociedade”, se referindo que nos outros países os produtores são subsidiados pelo governo como forma de benefício diferente do Brasil em que os agricultores fazem esse trabalho voluntário. “Aqui os agricultores são diferentes, são conscientes com a questão ambiental, com os custos e as necessidades” e lembrou que a agricultura brasileira é exportadora de tecnologia de Plantio Direto para o mundo, em se tratando de semeadura e em pesquisa e poderia aumentar tranquilamente em 50% a área plantada pelo Sistema. Traçando um paralelo com países como Argentina, Estados Unidos, da Europa, Austrália, Rússia entre outros, o Brasil sai na frente por ser um país tropical, ter produção no inverno e verão e por ter água em abundância, mas vivencia a precariedade de infra-estrutura, com falta de estradas adequadas, armazenamento e de subsídios. “Por isso, o mérito é dos próprios produtores, que não têm apoio e mesmo assim conseguem manter uma agricultura competitiva, apesar de todas as dificuldades colocadas”. Por possuir características próprias e diferentes de vários países apresentados, o Brasil deve se ater para um bom combate de pragas e doenças, sem utilizar ‘manual de fora’ que não se adapta em sua plenitude para a produção brasileira. E para Dirceu, como a maior parte das lavouras plantam sem lavrar, o Plantio Direto se não vier por bem, ‘deverá vir por lei’ já que o plantio convencional registra a erosão, a liberação de carbono, compacta o solo, trás salinização, contaminação e restringe as atividades biológicas. Já o pesquisador da Embrapa Trigo, José Eloir Denardin, falou sobre “Intensificação da rotação de culturas: desafio à construção de solo fértil”. Segundo ele, a busca desenfreada por aumentos de produtividade, baseada no conceito de fertilidade do solo inclusive pelo uso intensivo de fertilizantes minerais, perdeu força. “Está sendo substituída pela implementação das diretrizes da agricultura conservacionista, cenário em que a ampliação do enfoque do conceito de fertilidade do solo e a ambiência assumem relevância”, afirmou. O Encontro prossegue nesta quinta-feira (25), com a realização de mini-ID_CURSOs e visitas técnicas a áreas com experimentos ou uso consolidado em Sistema de Plantio Direto e Integração Lavoura-Pecuária. Também realizam o Encontro: Centro Universitário da Grande Dourados (Unigran), Associação dos Engenheiros Agrônomos da Grande Dourados, Fundação MS, Universidade Federal da Grande Dourados e Grupo para Intercâmbio de Agrotecnologia (Giatec). (Kadijah Suleiman - Embrapa Agropecuária Oeste)

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