Ex-ministro defende produtores durante Encontro de Plantio Direto

Em palestra sobre produção integrada, hoje, na UNIGRAN, Alysson Paulinelli disse que a agricultura foi para o pelourinho dos ambientalistas.
Palestrante convidado para o 10º Encontro de Plantio Direito no Cerrado, o ex-ministro da Agricultura, Alysson Paulinelli, analisou o cenário mundial do agronegócio e as leis ambientais que, para ele, são elaboradas sem respaldo científico. Paulinelli defendeu com ênfase a competência do agricultor brasileiro e também a Embrapa, destacando a real importância da pesquisa e da inovação tecnológica no crescimento da agricultura nacional. O seminário desta manhã, no salão de Eventos da UNIGRAN, reuniu cerca de 500 produtores rurais e estudantes. Ministro de 1974 a 1979, consultor de negócios e produtor em Minas Gerais, Alysson Paulinelli avalia que existe hoje mais ditadura do que à época do governo militar. “Vivemos uma ditadura econômica nunca vista”, disse o palestrante, criticando a falta de diálogo com os produtores, tanto de setores do governo quanto das organizações que responsabilizam o agronegócio pela depredação ambiental. “A agricultura que sustenta esse país foi para o pelourinho; [mas] vamos ser racionais, nós tivemos competência para, em 30 anos, bater uma quadrimilenar agricultura temperada”, disse. A referência é quanto ao uso do arado e da grade, inventados há mais de 4 mil anos, no hemisfério norte, para o cultivo de solos congelados. No Brasil, esse ID_TIPO de mobilização da terra e outras práticas agrícolas tradicionais acabam por empobrecer o solo. O ex-ministro lembrou que as universidades e a Embrapa despertaram para o problema, na década de 1970, e desde então têm criado e difundido tecnologias mais adequadas à agricultura e pecuária nos trópicos. “A mudança foi de conhecimento, e o Brasil passou de importador para exportador de alimentos”, disse. O convidado explicou que, com a mudança da população brasileira para a cidade, o país deixou de produzir o suficiente até para atender à própria demanda interna, precisando importar alimentos básicos, como arroz, feijão, milho e trigo. Foram as inovações tecnológicas que possibilitaram o crescimento da produção que hoje representa grande parte das exportações brasileiras, e também do respeito internacional. Paulinelli avalia que essa posição poderá ser ainda melhor, com o plantio direto e o sistema integrado de produção. Estudos e experimentos comprovam que essas tecnologias reduzem a mobilização dos solos e o trânsito de maquinário, evitam a erosão e perdas de água e nutrientes, diminuem a incidência de pragas e doenças nas lavouras, com conseqüente diminuição das aplicações de defensivos químicos. Além disso, tornam a viáveis o reaproveitamento de terras consideradas inviabilizadas para a agricultura, devido ao cultivo tradicional. Nessa categoria, estão 100 milhões de hectares de pastagens. Atualmente, a agricultura brasileira utiliza o equivalente a menos da metade dessa área. “Nós plantamos apenas 42 milhões de hectares em culturas anuais, e podemos triplicar a nossa produção, porque só em pastagem degradada, mais de cem milhões de hectares estão à disposição do processo produtivo”, disse Paulinelli. O ex-ministro ministro defende que a Amazônia, os parques e todas as reservas legais devem ser cem por cento preservados, mas que as terras disponíveis devem ser aproveitadas racionalmente. O 10º Encontro do Plantio Direto no Cerrado é um evento promovido pela Associação de Plantio Direto no Cerrado e do Grupo Plantio na Palha de Dourados, com realização da Embrapa Agropecuária Oeste, Grupo para Intercâmbio de Agrotecnologia (Giatec), UNIGRAN, Fundação MS, UFGD e Aeagran (Associação dos Engenheiros Agrônomos da Grande Dourados). O Encontro prossegue nesta quinta-feira, 25, com a realização de 14 mini-ID_CURSOs e visitas técnicas as propriedades da região. (JR)

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