Medicina Veterinária da UNIGRAN pesquisa o "galo capão”

Junto com o orientador da pesquisa, acadêmicos estão aprendendo técnicas de castração sem submeter os galos à dor.
Provar cientificamente a sabedoria popular. Orientados por um professor, três acadêmicos da UNIGRAN, do primeiro semestre de Medicina Veterinária, estão desenvolvendo uma pesquisa inédita sobre o galo “capão”. A castração de galos é utilizada por pequenos produtores rurais e, segundo relatos, essa prática traz vantagens à qualidade da carne, podendo ser comparada à de peru ou de chester. No campo, a castração de galos sempre foi realizada por pessoas leigas, mutilando os animais de forma brutal. Após denúncias, a prática se perdeu, devido à rejeição da opinião pública brasileira. Tendo em vista ao aspecto cultural, os acadêmicos Laura Hernandes, Nadielle Batista e Thales Barros propuseram a estudar o galo “capão”. Para isso, eles desenvolveram junto ao professor Bismark Barros, procedimento cirúrgico no manejo de aves caipiras, fundamentados nos princípios da bioética. A técnica cirúrgica de castração do galo “capão” foi desenvolvida no Hospital de Medicina Veterinária da UNIGRAN, sendo a primeira no país a realizar o procedimento de forma simples, sem submeter o animal à dor. “É um procedimento simples, que leva no máximo cinco minutos, desde que seja feito por um profissional habilitado e experiente”, diz o professor Bismark, orientador da pesquisa acadêmica. A iniciativa da pesquisa partiu de relatos populares. A castração do galo caipira parece trazer vantagens à produção de carne da ave, provavelmente em função melhor da conversão alimentar dos animais castrados. Com isso, melDATA_HORA-se também a qualidade da carne quanto à maciez e o sabor. Outra vantagem é que o galo capão se torna dócil, podendo substituir as galinhas na criação dos pintinhos. Todos esses relatos vão ser pesquisados pelos acadêmicos e o professor. A primeira etapa está concluída – criação do procedimento cirúrgico. Agora eles vão partir para o campo experimental. Serão analisados dois grupos de dez galos da raça caipira durante cinco meses. Bismark diz que o período de castração da ave ocorre no terceiro mês de vida, período considerado como frango. A partir do quarto mês a ave macho torna-se galo. Sua carne fica mais dura, não sendo utilizada para o consumo humano. O professor explica que a principal diferença do galo castrado em relação ao não castrado está no período de desenvolvimento da ave. Enquanto o galo caipira normal é abatido no quarto mês de vida, o caipira capão é abatido aos oito meses. Com quatro meses de vida a mais até o abate, o capão pode alcançar peso superior a três vezes. Há relatos de galo capão com peso de oito quilos. O caipira não castrado atinge no máximo três quilos. Durante os cinco meses de pesquisas, as aves serão avaliadas semanalmente, com a aferição do peso e o desenvolvimento num todo. Ao atingir o oitavo mês serão abatidas para degustação da qualidade e o sabor da carne. Nessa etapa professores do ID_CURSO de Nutrição da UNIGRAN vão atuar em conjunto para avaliar, dentro dos conceitos nutricionais, se as aves “capão” dispõem de uma carne mais saudável, com melhor textura, maciez e sabor. A pesquisa acadêmica pretende identificar cientificamente todas as etapas de desenvolvimento do galo “capão”. A estudante Laura Hernandes diz que a consecução do projeto permitirá a aquisição de conhecimento e experiência na área, possibilitando a disponibilização da técnica cirúrgica a todos os médicos veterinários, que poderão ofertar o serviço de castração nos princípios bioéticos ao homem do campo. Ela avalia junto com os colegas Nadielle e Thales que o principal beneficiado será os pequenos produtores rurais, que mantém em suas propriedades galos caipiras ao ar livre. Com a criação do procedimento cirúrgico, médicos veterinários vão poder ofertar a castração a esses produtores, que terão animais de maior qualidade, se comprovado na pesquisa. Outro aspecto se dá também ao lucro do pequeno produtor, já que os galos castrados podem se tornar uma nova opção econômica, substituindo o peru ou o chester. Antes de iniciar o trabalho, os acadêmicos fizeram a revisão bibliográfica do tema. Nada foi encontrado sobre esse ID_TIPO de pesquisa na literatura científica brasileira e, segundo os estudantes, essa modalidade de manejo é difundida na Europa, principalmente na cidade de Freamunde, Portugal, onde a criação de galo castrado é comum entre os produtores rurais. A ave é servida na mesa como iguaria de alto padrão. A comercialização do galo capão chega a 50 Euros, equivalente a 141 Reais. (FV)

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