Conferência aprova propostas de educação continuada e valorização dos educadores indígenas

Encontro de professores e autoridades educacionais realizado na UNIGRAN teve como objetivo a consolidação da educação escolar indígena no sul de MS.
Valorização intercultural, em duas mãos, e reconhecimento profissional. A representante dos povos guarani-kaiowás do Cone Sul do Estado, Teodora de Souza, membro da Comissão Organizadora da Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena, destaca três reinvidicações feitas pelos educadores que se reuniram na UNIGRAN, durante a “Conferência Regional de Educação Escolar Indígena dos Povos Guaranis Kaiowá e Nhandeva”, semana passada. Os cerca de 350 professores que atuam nas comunidades guaranis, localizadas em 18 municípios de Mato Grosso do Sul, reclamam melhores condições de infra-estrutura e merenda, em suas escolas, além de apoio das secretarias municipais de educação. Alguns denunciam até a falta de banheiros. Para Teodora de Souza, a solução de questões como essa passa pela valorização do magistério indígena e pela aplicação efetiva da legislação que regula a educação escolar indígena. “O maior desafio é ver, na prática, a implementação da educação escolar indígena, atendendo aos nossos anseios e necessidades”, disse a pedagoga. Entre as propostas aprovadas na Conferência de Dourados, estão o reconhecimento profissional dos professores indígenas, com a oferta de formação continuada e plano de carreira na educação indígena, e a elaboração de material didático específico e de projetos pedagógicos apoiados nas línguas, saberes e conhecimentos indígenas, juntamente com o conhecimento ensinado nas escolas não-índias. O evento foi organizado pela Secretaria de Educação de Mato Grosso do Sul, em parceria com a FUNAI e a UNIGRAN. Educação e Interculturalidade A educação escolar adaptada ao perfil sociocultural de cada comunidade é um direito inclusive dos índios, outorgado pela Constituição Federal e outras leis nacionais que acompanham os paradigmas mundiais da interculturalidade e da diversidade. O objetivo da legislação é assegurar a afirmação indentitária das sociedades indígenas brasileiras. Porém, a maior parte das 2.517 escolas indígenas são criticadas por seus conteúdos e forma de ensinar, distantes da vida e do interesse dos índios. O modelo tradicional seria o mais reproduzido, deixando em destaque nas escolas das aldeiras a cultura dos “brancos”. Por isso, Teodora de Souza cobra reciprocidade dos não-indios, na vivência intercultural e valorização de culturas diferentes. “A educação escolar indígena, ou mesmo a educação do país, é um instrumento importante, não só para nós, indígenas, reafirmarmos nossa identidade cultural, mas também para os não-indígenas valorizarem e conhecerem a nossa cultura. Não basta só nós vivermos a interculturalidade, mas é interessante que o povo brasileiro passe a respeitar mais essa questão, porque o Brasil é constituído de diversidade cultural”, declarou a educadora. Nesse sentido, ela avalia positivamente os debates realizados durante a Conferência realizada na UNIGRAN. “Estiveram presentes todos os segmentos da comunidade, além dos professores e profissionais da educação, e isso colocou nós, indígenas, em diálogo com órgãos públicos, as ONGs, as universidades e demais instituições que têm envolvimento com a educação escolar indígena”, disse a coordenadora dos seminários. As propostas documentadas na Conferência de Dourados serão levadas à Conferência Nacional, marcada para setembro, em Brasília, juntamente com as reivindicações dos povos indígenas do Pantanal, cujos representantes estiveram reunidos em Campo Grande, até nesta quinta-feira (9), na segunda conferência regional realizada no Estado. Mato Grosso do Sul tem a segunda maior população de índios do Brasil. A professora Cláudia Ollé, diretora da Faculdade de Educação, e o professor índio Aguillera de Souza, do ID_CURSO de Pedagogia da UNIGRAN, foram escolhidos, respectivamente, representantes da Instituição na Conferência Nacional e na Conferência Regional. (JR)

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