ARTIGO: Mão-de-obra canavieira, uma constatação.

José Ciro Teixeira Inicialmente, é importante frisar que este artigo tem por objetivo esclarecer a situação atual e perspectivas futuras do cortador de cana-de-açúcar de nossa região. O artigo surgiu em função da preocupação exclusiva dessa mão-de-obra em decorrência da expansão das plantações da cana-de-açúcar no Brasil, nos últimos tempos, e, em especial na região da grande Dourados - Mato Grosso do Sul. O aumento do preço do barril do petróleo, o esgotamento do estoque de petróleo em nível mundial e o aquecimento global são os três principais motivos da inquietude mundial a busca de novas alternativas de fontes de energia. Existe no momento uma corrida por alternativas de produtos que venha a substituir os combustíveis fósseis. Dentre tantas outras matérias prima, a cana-de-açúcar com a produção do álcool anídro, destaca-se no cenário mundial como produto renovável e pioneiro no Brasil. A cana-de-açúcar encontrou no território brasileiro, fatores climáticos favoráveis a seu cultivo. Portanto, torna-se necessário entender a importância da sua produção, matéria-prima do biocombustível, que atualmente tem-se destacado como fonte de energia e de crescimento da economia brasileira. Em Mato Grosso do Sul, o cultivo vem ocupando áreas de pastagens degradadas e áreas onde existia o cultivo da soja, porém, a perturbação ao equilíbrio da natureza nas questões ambientais, sociais e econômicas é inevitável. Sabemos que o êxito da produção sucro-alcooleira, até então, depende da solução do problema da mão-de-obra e, por conseguinte, sendo a produtividade um dos fatores primordiais ao desenvolvimento, somado à especificidade do trabalho braçal, tornou se necessário estudar os problemas causados à saúde dos cortadores de cana, envolvendo as condições de trabalho bem como, os aspectos sociais, econômicos e humanos dos mesmos. Tais cortadores são contratados por agroindústrias sucroalcooleiras no período da colheita de cada ano e, são oriundos de diversas partes do país, predominatemente, do (Norte Nordeste, da localidade e região). Em um estudo realizado para conclusão do ID_CURSO de pós-graduação – TCC, através do método dedutivo, destaca-se o grau de conscientização quanto à atividade, indispensáveis para compreender da opção e a permanência desta mão-de-obra no canavial, bem como a qualidade de vida dos mesmos. A pesquisa elaborada foi de caráter investigativo, qualitativo, descritivo, permitindo o esclarecimento da situação atual dos cortadores de cana, em uma usina da região. Várias referências teóricas apresentam que desde o descobrimento do Brasil e com a introdução da cana-de-açúcar no país com o objetivo da industrialização, a mão-de-obra canavieira é problemática e motivo de preocupação. Vimos também que apesar de existirem resistência pelos trabalhadores e sindicatos não patronais da categoria, pela permanência da existência do corte manual, a mecanização é inevitável, pelo rendimento e economicidade. Infelizmente ou felizmente, podemos afirmar que a mecanização no plantio e corte da cana é uma realidade e, em um futuro muito próximo esta operacionalidade se dará na totalidade da cultura. Possui no momento uma carência muito grande pela mão-de-obra especializada a operar as complicadíssimas máquinas colhedoras. Quanto aos cortadores de cana pesquisados: “Graças a Deus” existe este trabalho para nós - comenta um deles. Fomos criados no campo, acostumado com serviço bruto, não temos estudo e não conseguimos serviços nem como frentista em postos de gasolina na cidade. Conclui-se que apesar de noticiários, artigos diversos e até mesmo denúncias isoladas de maus tratos com os trabalhadores em diversas usinas do país, o resultado desta pesquisa revela certa normalidade (não apresenta tratamento escravista, desumano ou perverso) e, até mesmo, contentamento dos cortadores quanto à situação a que se encontram, pois recebem: transportes, alimentação (café da manha, almoço, água potável, suco e janta) de boa qualidade e assistência médica. As Usinas que estão sendo instaladas em Mato Grosso do Sul estão contratando pessoal para o corte, apenas o suficiente para manter o compromisso social de gerar empregos para os trabalhadores da região. A tecnologia da mecanização chegou para ficar, são instrumentos de contenção de custos e facilita a vida dos usineiros. José Ciro Teixeira é professor do ID_CURSO de administração de Agronegócios, graduado em Administração de Empresa Rural; pós-graduado em Administração e Desenvolvimento Empresarial; pós-graduado em Gestão e Manejo Ambiental em Sistemas Agrícolas e pós-graduando em Gestão de ReID_CURSOs do SUS – Sistema Único de Saúde.

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