UNIARTE: Produções sincréticas proporcionam visualidade contemporânea.

Pesquisadora Analice Pillar fala que o sentido das imagens não está pronto, precisa ser construído a partir da identificação das diferenças.
Trazer para a educação escolar produções sincréticas e realizar leituras levam à reflexão necessária sobre a visualidade contemporânea, para melhor compreender o texto visual que a sociedade está inserida. A declaração é da professora Analice Dutra Pillar, da UFRGS, que nesta terça-feira ministrou palestra na XXIV UNIARTE, a Mostra de Arte Contemporânea promovida pelo ID_CURSO de Artes Visuais da UNIGRAN. A visualidade contemporânea, segundo a professora, engloba a mídia, arte e imagens do cotidiano para constituir os diferentes modos de compreensão da formação de sentidos. “Tais produções fazem com que a visualidade não se refira apenas às imagens, mas aos entrelaçamentos de diferentes linguagens para produzir textos híbridos que indicam formas de ser e parecer”, descreveu, apresentando que o sentido da leitura do campo visual se dá a partir do olhar observador do indivíduo, através do envolvimento de outras linguagens, como o áudio. A identificação e a absorção daquilo que é transmitido à pessoa é interpretada de acordo com o conhecimento prévio. “A criança vai ler o texto a partir do conhecimento que ela tem. O adulto fará um outro ID_TIPO de leitura. Tudo isso também depende de onde se está inserido, e o sentido que cada pessoa dará a imagem depende das informações que ela tem sobre o conteúdo”, explica. Pillar descreve que o sentido das imagens não está pronto, precisa ser construído a partir da identificação das diferenças. Contudo, os diálogos atuais entre as artes visuais e a educação têm contemplado esse contágio, essa diversidade, ao ampliar o campo da arte na educação para além do espaço escolar e da arte institucionalizada, entendendo que a mídia também ensina, e que arte, mídia e cotidiano muitas vezes se entrelaçam, influenciam e concorrem. “Na educação é importante compreender e analisar a visualidade em que estamos inseridos. As pessoas muitas vezes não refletem e pensam sobre as imagens”, disse Analice Pillar. Ela explica que a utilização de diferentes linguagens, simultaneamente, caracteriza as produções sincréticas, onde as linguagens (visual, verbal e sonora) interagem na constituição de uma significação. E ao tratar a problemática da visualidade contemporânea enfocando a interação de linguagens e sua leitura, a partir dos referenciais da teoria semiótica e das discussões contemporâneas sobre arte e ensino da arte, busca-se contribuir para a leitura de textos sincréticos, em especial para o ensino da arte. Pesquisadora em linguagem televisiva desde 1996, já publicou quatro livros através de estudos que analisou a leitura das crianças sobre os desenhos animados. Para ela, compreender o desenho animado como um texto sincrético implica identificar as linguagens que compõem o campo visual e a forma em que se articula para criar a rede de significações. “Um dos primeiros textos sincréticos com o qual a criança entra em contato é o desenho animado apresentado na televisão”, disse, observando que as crianças começam a ver arte pela televisão, para depois ver a arte propriamente dita de forma concreta, palpável. “Elas trazem da TV a leitura para ser feita das obras de arte”. Mais do que ser objeto de leitura, a mídia (revistas, jornais, televisão) “contamina” o modo de ver, pensar e sentir. A professora apresentou pesquisa que revela que no Brasil 90,3% da população tem, no mínimo, um aparelho de televisão, em casa, e que as crianças e adolescentes brasileiras são os que mais assistem televisão no mundo, sendo que as crianças pequenas ficam até 6 DATA_HORAs por dia em frente à tela. UNIARTE Além de apresentações culturais e exposição de mais de mil obras de alunos e artistas sul-mato-grossenses, a 24º edição da UNIARTE conta com workshops, palestras e mini-ID_CURSOs nas mais diversas áreas de expressão artística. O evento prossegue até sexta-feira com a apresentação à tarde dos Ginasloucos e danças do Camalote Danças Folclóricas e Andanças: lendas e danças folclóricas na fronteira oeste. (FV)

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