Projetos de extensão nas comunidades indígenas serão debatidos em seminário da UNIGRAN.

Coordenador do NAM, Fernando de Souza, relata propostas levantadas em grupos de discussão formados por índios e professores, anteontem.
As sugestões apresentadas por lideranças indígenas e jovens das comunidades da Reserva de Dourados, durante o encontro realizado nesta quarta-feira (16), no Núcleo de Atividades Múltiplas da UNIGRAN (NAM), na Aldeia Jaguapiru, terão uma mesa especial de debates, no III Seminário Interno de Ensino e Extensão, que a instituição promove nos dias 28, 29 e 30 deste mês. Antes disso, em reunião marcada para o dia 25, na Aldeia Bororó, onde a Instituição possui outro núcleo de extensão, serão levantadas as solicitações das comunidades daquela parte da Reserva. “Os dois coordenadores do NAM vão apresentar as cartas de propostas (redigidas nesses encontros) a todos os coordenadores e professores, para basear projetos a serem desenvolvidas por seus respectivos ID_CURSOs”, disse a professora Terezinha Bazé de Lima, pró-reitora de Ensino e Extensão. Ela disse que, neste ano, os projetos de extensão envolvendo acadêmicos índios e não-índios serão diversificados, no sentido de atender às reivindicações das lideranças e da população indígena. A comunidade da Aldeia Jaguapiru, por exemplo, quer a ampliação dos projetos para os homens – como a oferta de oficinas de capacitação em alvenaria, hidráulica e eletricidade – como alternativas ao trabalho nos canaviais. “Hoje, o índio só tem a cana, e até aumenta a idade para ir trabalhar nas usinas”, disse o capitão guarani Renato de Souza. Entre várias atividades, o Núcleo da Jaguapiru oferece aulas de computação, alfabetização bilíngüe de adultos, reforço escolar, ginástica orientada para mulheres, esporte e lazer para crianças e adolescentes. Mas a comunidade deseja também mais projetos para as mães, como ID_CURSOs de artes manuais e de cozinha, além de transporte e mais informação sobre as atividades ali desenvolvidas. Por isso, foi sugerida também maior divulgação do NAM, com uso de carro de som, se necessário, e melhoria no transporte, dentro da Reserva. “Muitos não sabem o que acontece no NAM, acham que é uma área da faculdade, e não um espaço da comunidade indígena”, disse o novo coordenado deste Núcleo, o índio Fernando de Souza. Para ele as idéias foram enriquecedoras e muitas serão colocadas em prática. Da mesma forma, a presidente da “Amigo do Índio” (AmI), organização que faz a mediação das parcerias necessárias para a concretização de diversos projetos, Érika Kanetta Ferri, disse que a AmI vai se emprenhar mais ainda na realização de cada ação proposta pela comunidade. “É o momento de a gente revitalizar e acordar aquele que está adormecido com ações efetivas [e] nós vamos dar todo o suporte, mas acreditamos que esse espaço é do índio e ele deve ser gerenciado, pensado, a partir do índio”, disse. A observação refere-se ao projeto da Mantenedora da UNIGRAN, que iniciou em meados da década de 1990, no campo da responsabilidade social, de integrar o índio de Dourados na vida acadêmica e profissional. A parceria com a Funai, para a oferta de bolsas de estudos integrais a estudantes indígenas, foi o primeiro passo. Por meio delas, mais de trinta estudantes indígenas puderam se formar e ter uma profissão reconhecida, nas áreas de Direito, Saúde e Educação. Na seqüência, a fim de possibilitar a interação entre os moradores das aldeias e os acadêmicos não-indígenas, como explicou o pró-reitor administrativo da Instituição, engenheiro Rubens Di Dio, a construção do NAM materializou um local para ações afirmativas, orientadas pelo ideal de desenvolvimento sócio-cultural dos índios de Dourados. Abrindo o encontro de quarta-feira, Di Dio lembrou os motivos que possibilitaram a construção do NAM. “Amor e afinco, queremos restabelecer e revitalizar essa força, aqui, hoje”, falou. A reunião do dia 16 contou com as presenças dos capitães Carlos Pililita (kaiowá) e Édio Valério (terena), da antropóloga Maria de Lourdes de Alcântara, pesquisadora da Universidade de São Paulo e orientadora de um grupo de jovens indígenas, da diretora da Faculdade de Educação da UNIGRAN, Cláudia Ollé, e dos coordenadores dos ID_CURSOs de Comunicação, Bruno Barreto; Serviço Social, Edna Strujak; Biomedicina, Valdelice Oliveira, Educação Física, Carlos Muchão; Matemática, Vera Fátima Corsino, e de professores da Escola “Tengatui Marangatu”.

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