Grupo de Estudos Lingüísticos avança em pesquisa sobre fala do douradense.

Reunida no sábado, 25, parte do Grupo define tarefas para as próximas etapas da pesquisa, que é apoiada pelo CNPq.
Ao final, a proposta é ajudar os professores a pôr em prática os PCNs de Língua Portuguesa. O Grupo de Estudos Literários e Lingüísticos da UNIGRAN (Gellgran) está fazendo entrevistas com pessoas comuns da população de Dourados, com o objetivo de investigar “A variação da concordância verbal presente na fala do homem douradense”, tema da pesquisa que é orientada pela doutora em sociolingüística Nara Sgarbi, coordenadora do ID_CURSO de Letras. Várias entrevistas já foram feitas e começam a ser transcritas, para formar o corpus do estudo. As entrevistas estão sendo gravadas com pelo menos trezentas pessoas de idades, gêneros, graus de escolaridade, origens sociais e condições econômicas diferentes. As perguntas foram estruturadas segundo metodologia apropriada para se detectar as influências lingüísticas e não-lingüísticas que definem as variedades da língua, em uso no município. Entre as hipóteses lingüísticas, o contato entre pessoas originárias de diversas regiões, já resultam, naturalmente, no surgimento de variedades diferentes da chamada língua padrão. As variedades se caracterizam também por influências não-lingüísticas, como escolaridade e meio social onde vive a pessoa – urbano ou rural, por exemplo. Os dados obtidos representarão subsídios para os professores planejarem suas aulas em melhor sintonia com os parâmetros curriculares nacionais de Língua Portuguesa. “De posse dos dados, vem a segunda etapa do nosso projeto, que é trabalhar a sociolingüística em sala de aula, aquela que está lá nos PCN, já faz um tempão, e com a qual o professor não tem meios para trabalhar”, explicou Nara Sgarbi. Ela explicou que o objetivo é reunir informações científicas “que auxiliem o professor a elaborar metodologias de ensino de questões relativas à gramática, concordâncias verbais e outros conteúdos escolares, partindo dos pressupostos teóricos da sociolingüística”, campo em que todas as variedades lingüísticas são igualmente valorizadas. Para os lingüistas dessa corrente, a língua é produto da diversidade cultural de cada povo ou comunidade. Portanto, não pode ser avaliada por critérios de “certo” ou “errado”. Essa é também uma das orientações gerais dadas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o ensino de Língua Portuguesa do Brasil. Ocorre que ainda predomina no país o ensino tradicional, em que a variedade prestigiada é somente a que está normalizada nos livros de gramática. Assim, se em algum grupo social se diz “duas mulheres está conversando”, nada existe de anormal na visão sociolingüísta. A maioria dos professores, entretanto, apontaria erro de concordância verbal, nesta fala. Ocorre que se uma criança, ou mesmo um alfabetizando adolescente ou adulto, for repreendida perante seus colegas, por não usar a norma culta da língua, poderá desenvolver bloqueios contra a disciplina de Língua Portuguesa. Mas na sociedade do conhecimento e no mundo profissional, o aluno precisa dominar as normas cultas da língua e o desafio do professor é ajustar sua prática pedagógica à realidade de uso da língua, na comunidade em que trabalha. A pesquisa “A variação da concordância verbal presente na fala do homem douradense” é apoiada pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) (JR).

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