ARTIGO: Desarmamento de Medicamentos.

*Pollyanna K. O. Borges Os medicamentos são, sem dúvida, aliados importantíssimos na manutenção da qualidade de vida das pessoas. Para a maior parte das doenças transmitidas por bactérias, vírus ou fungos, já existem medicamentos capazes de prevenir, tratar e curar os pacientes. Porém, pessoas diabetes, hipertensão, câncer e outras doenças conseguem ter suas vidas prolongadas por muitos anos – benefício garantido, em grande parte, pelo acesso ao tratamento medicamentoso. Garantir o acesso aos medicamentos a todos os cidadãos brasileiros é uma das prioridades do Sistema Único de Saúde e os municípios têm investido para alcançar as metas propostas pelo Governo Federal. No mercado privado, o surgimento dos chamados “genéricos” proporcionou uma queda acentuada dos preços dos medicamentos, permitindo que a população tivesse mais facilidade para obtê-los. Em contrapartida, sabe-se que, apesar dos inúmeros benefícios trazidos pelo uso de medicamentos, quando são empregados de modo inadequado, podem trazer mais riscos do que benefícios. Segundo dados do Centro Integrado de Vigilância Toxicológica do nosso Estado (CIVITOX), no ano de 2003, os medicamentos foram a principal fonte de intoxicação humana no Mato Grosso do Sul. Das 304 intoxicações por medicamentos, registradas, quase a metade aconteceu de modo acidental e com crianças. Além disso, mais de 40% das mortes por intoxicação aconteceram com pessoas que haviam se intoxicado pelo uso impróprio dos medicamentos. A realidade das intoxicações medicamentosas, no Mato Grosso do Sul, é bem semelhante à do restante do país. Nesse mesmo ano, os medicamentos foram a principal causa de intoxicação humana em todo o Brasil, respondendo por cerca de 28% do total das intoxicações. A questão do uso inadequado dos medicamentos envolve questões econômicas, psicológicas e culturais. Num país de tantas desigualdades sociais, onde os medicamentos custam caro, as pessoas tendem a armazenar, em suas residências, os que sobram, na esperança de poder utilizá-los uma outra vez, se deles necessitarem. Não se pode esquecer, também, que alguns indivíduos guardam medicamentos só por “precaução” – e se eu adoecer? E se ninguém puder comprar o medicamento quando eu adoecer? E se meu filho precisar? E se... Na angústia do “e se”, vão estocando medicamentos em suas casas. Por vezes, o armazenamento dos medicamentos é feito de modo inadequado, podendo influenciar no efeito que se espera do tratamento. Além do mais, a disponibilidade de fármacos, nas casas, aumenta as chances de ingestão errada e de graves efeitos indesejáveis, seja em crianças, adultos ou idosos. Pensando em todos os fatores acima mencionados, os alunos do ID_CURSO de Farmácia da Unigran estão empenhados na campanha “Desarmamento de Medicamentos”, que está na sua segunda versão. Serão espalhados por toda a cidade e, também, nos municípios vizinhos, caixas coletoras de medicamentos com cartazes e panfletos explicativos. A intenção dos alunos e dos coordenadores do projeto é coletar, junto à população douradense, medicamentos com prazo de validade vencido, ou a vencer e de sobras terapêuticas. A campanha, que teve seu início na EXPOAGRO, será estendida até o final do mês de agosto. Os medicamentos vencidos serão entregues às autoridades sanitárias do município para o adequado descarte e os a vencer serão doados para entidades filantrópicas e farmácias municipais. Contamos com a colaboração de toda a população a fim de ajudar àqueles que necessitam e de proteger a sua própria família! *Epidemiologista e professora de Saúde Pública e Epidemiologia do ID_CURSO de Farmácia da UNIGRAN.

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