Estudante da UNIGRAN defende a inserção da Educação Física na rotina dos presídios.

Fabrício Henrique está desenvolvendo, com a orientação de professores da Instituição, trabalho que tem a aprovação do diretor do PHAC, Joel Rodrigues.
Apesar das recomendações do Departamento Penitenciário Nacional e da Organização das Nações Unidas, a Educação Física é praticamente desconhecida no sistema prisional do país. Em penitenciárias como a de Dourados, professores, pedagogos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, bacharéis em Direito e outros profissionais graduados e não-graduados atuam na re-socialização dos presos, desenvolvendo trabalhos remunerados ou voluntários em suas áreas de formação. Mas nenhum no campo da Educação Física. A constatação é do acadêmico Fabrício Henrique dos Santos, 24 anos, do 3º ano de Educação Física da UNIGRAN, que está reiniciando um projeto que visa a integrar essa especialidade na rotina do Presídio Harry Amorim Costa. Em 2001, quando ingressou no ID_CURSO, ele coletou informações de quase duzentos internos acerca de seus hábitos lá dentro, sob orientação da professora Lourdes Lago Stefanelo, da disciplina de Metodologia Científica. Na época, em revisão bibliográfica feita nos principais acervos do Brasil, eles verificaram que não existe catalogado qualquer programa de Educação Física orientada para presidiários. Por isso, agora, também com a orientação da professora Generoza Cortez de Lucena, de Didática, ele está retomando um projeto que pode ser pioneiro no país. “A Educação Física vai melDATA_HORAr a vida deles dentro do Presídio; o convívio entre eles, detentos, e com os funcionários, e essa melDATA_HORA vai surtir efeito realmente quando eles saírem de lá. Muitos poderão descobrir aptidão para alguma coisa”, acredita Fabrício. Nesta semana, o aluno da UNIGRAN está aplicando um novo questionário para atualizar os dados coletados dois anos atrás, que procura identificar as preferências dos internos pelo esporte e a opinião deles acerca dos benefícios esperados, na saúde física e mental. O passo seguinte será o planejamento de atividades físicas diversificadas, que serão realizadas durante três meses, tempo previsto inicialmente, nos horários de banho de sol. Atualmente, os presidiários preenchem a maior parte desse tempo jogando futebol, mas sem orientação especializada. Fabrício parte da hipótese de que outras modalidades de esporte e a orientação profissional devem operar mudanças no comportamento dos internos. “Tem preso que vive brigando; não consegue ficar numa turma que começa a discutir e tal. Se for trabalhado o futsal, que se joga em cinco ou o voleibol, que se joga em seis, ele não estará se socializando entre os outros? Não vai estar aprendendo a respeitar o tempo que o outro tem de pegar a bola e que não é dele?”, pondera o acadêmico. Ele reforça que fazer atividade física não é só jogar futebol. Inclui ginástica, exercícios de relaxamento e o aprendizado de regras e de táticas, como na vida em sociedade. “Escutar para depois falar, respeitar a idéia do grupo e não querer impor a dele para montar uma estratégia e ganhar um jogo, um campeonato; esse treinamento ajuda o preso a se re-socializar”, disse o estudante. VISÃO DIFERENCIADA O diretor do Presídio Harry Amorim Costa, Joel Rodrigues Ferreira, que é graduado em Educação Física e já estudou Pedagogia, concorda com as idéias de Fabrício e apóia a iniciativa. Ele autorizou a pesquisa, acreditando na importância desse trabalho para uma quebra de preconceitos. “Ainda percebemos alguma cultura antiga, vícios antigos de cárcere, a mentalidade de que o preso tem só que ficar trancado, enjaulado dentro de uma grade; ali ele fica bem. A gente ainda tem isso até mesmo em nosso meio. E, quando chega uma universidade querendo dar apoio à re-inserção desses internos na sociedade, às vezes, isso é visto como se fosse atrapalhar”, disse Joel Ferreira, especulando os motivos de a Educação Física ainda não estar difundida nas unidades prisionais do país, “como administrador, tenho que tentar reverter esse quadro; porque, quem está vindo de fora, vem por interesse pela pesquisa e também para repassar alguma coisa para amenizar o cumprimento da pena e auxiliar a Administração, essa é a minha visão”, disse diretor do PHAC. Hoje, o Presídio de Dourados abriga mais de 1.100 internos. Segundo informações da Direção, 560 deles têm ocupações produtivas, de acordo com o Código de Execução Penal, seja na administração da unidade, seja trabalhando para empresas que mantêm contrato de terceirização de serviços com o PHAC.

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