Arquitetura trabalha na recuperação dos espaços da UNEI, ouvindo também as internas.

Internas fizeram até uma apresentação artística para recepcionar professores e acadêmicos que irão trabalhar na readequação das instalações da UNEI.
Os acadêmicos do ID_CURSO de Arquitetura e Urbanismo da UNIGRAN estão desenvolvendo um projeto de recuperação do espaço físico onde funciona atualmente a Unidade Educacional de Internação, UNEI, organismo da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública, que abriga doze meninas infratoras em regime fechado, em Dourados. A parceria foi estabelecida entre a coordenadora do ID_CURSO, professora Cynara Tessoni Bono e a diretora da UNEI, a oficial de Segurança Luzia Aparecida Ferreira Praça. O arquiteto Sílvio Staut Moraes Júnior – professor das disciplinas de “Introdução ao Projeto”, para os alunos do primeiro ano, de “Maquete”, aos do segundo, e de “Prática Profissional”, para os estudantes do quinto ano – considera que esta parceria é muito importante como atividade de extensão para os acadêmicos, principalmente, os formandos. No ano passado, um outro grupo de estudantes dirigido por ele atuou em projetos que resultaram na implantação das “Casas-Lar”, unidades habitacionais destinadas a promover a reinserção social e familiar às crianças do Lar Santa Rita. A diretora Luzia Aparecida, da UNEI, recepcionou professores e acadêmicos de Arquitetura e conheceu a proposta a ser desenvolvida no local. “É um projeto muito bonito, as meninas merecem ter esse retorno, elas precisam ter um ambiente social”, afirmou a diretora da Unidade feminina. O projeto prevê a melhoria nos alojamentos, dependências administrativas, salas de assistência psicológica e de ID_CURSOs profissionalizantes. A idéia é sensibilizar os responsáveis pela Segurança Pública para que adquiram em definitivo o imóvel alugado que serve de espaço para a UNEI. Os professores da UNIGRAN, contudo, querem mais. As próprias internas opinarão sobre os serviços a serem realizados no local. “Vamos criar um movimento entre elas, senão fica uma coisa muito técnica. As meninas terão a oportunidade de dizer o que pretendem nesse espaço que vai servir para elas mesmas. Sendo ouvidas, esperamos que elas se sintam valorizadas por estarem participando desse processo de interação da Universidade com a Segurança Pública”, comentou o professor Sílvio Staut. Para o professor, a valorização é o ponto fundamental na reeducação dessas meninas, porque, vontade de mudar para uma vida melhor não lhes falta. M. F., 14 anos, por exemplo, é usuária de drogas e já chegou a tomar 14 ID_TIPOs de remédios por dia. “Agora, aqui, estou tomando só dois”, orgulha-se. Ele veio de Mundo Novo, depois de passar pela UNEI de Campo Grande, para ficar mais perto da família. Diz que pretende sair para cuidar da mãe, trabalhar honestamente e viver sem ser discriminada. “Basta a pessoa querer mudar e ter força e determinação”, reflete a menor, disposta a participar desse processo. J. V. A., 13 anos, conta que é a segunda vez que retorna à UNEI. “A primeira vez, eu cheguei aqui acabada, cheia de micose, aí sarei de tudo, saí daqui bonita, com a pele bonita, gorda, e agora, olha como eu voltei magrinha de tudo”, relata a menina, também disposta a participar da estruturação do novo espaço. Mas é a própria diretora Luzia Aparecida Ferreira quem faz a análise mais realista dessa situação. Ela diz que depois da passagem pela UNEI, a menina tem dificuldades em conseguir uma vaga no mercado de trabalho. “Tinha que haver uma empresa de produção própria que aproveitasse a mão-de-obra dessas pessoas, uma empresa com segurança para ajudar na reabilitação delas, porque ninguém é reabilitado vivendo em regime fechado”, conclui a oficial de Segurança.

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