Revista Multidisciplinar da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Unigran | ISSN-1981-3775

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Interbio v.4 n.2 2010 - ISSN 1981-3775

Novas aplicações para a biologia molecular

Editorial

O fim do seqüenciamento do genoma humano levantou inúmeras questões sobre a forma com que essas informações influenciarão nossas vidas e como os profissionais da saúde poderão se beneficiar do estudo dos genes e suas potenciais aplicações práticas. De forma concreta e prática, o estudo dos genes tem permitido o diagnóstico molecular para um número crescente de patologias hereditárias ou adquiridas, trazendo dessa forma, informações sobre patologias que independem, muitas vezes, de fatores ambientais ou externos.
As aplicações da tecnologia molecular em análises clínicas podem elucidar o conhecimento das alterações moleculares de doenças, tal como ocorre em estudos hematológicos e também auxiliar o melhor entendimento de doenças infecciosas no que concernem os mecanismos de interação parasito-hospedeiro e a caracterização de microrganismos resistentes e altamente virulentos. Dessa forma pode ser possível traçar um perfil dos padrões de resistência a diversos fármacos e também entender a epidemiologia desses agentes.
É importante citar também, a maior velocidade no diagnóstico presuntivo de doenças infecciosas cujos agentes são de crescimento lento ou não são cultiváveis na rotina laboratorial. Como por exemplo, a necessidade de um teste rápido para o diagnóstico laboratorial da tuberculose (TB) levou ao desenvolvimento dos métodos moleculares para a detecção e identificação do Mycobacterium tuberculosis, agente da tuberculose, diretamente de espécimes clínicos.

Entre as técnicas de biologia molecular, a técnica de “Polymerase Chain Reaction”- PCR revolucionou e democratizou a aplicabilidade da biologia molecular nas análises clínicas, este fato se deve pela simplicidade na execução da técnica, pela agilidade no diagnóstico e principalmente na detecção de doença residual mínima em diversas doenças hematológicas como as hemofilias e as anemias hereditárias. Esta detecção precoce ocorre em doenças infecciosas, como por exemplo, a aplicação da PCR permite confirmar o diagnóstico de hanseníase, mesmo nos casos de biópsias neural BAAR negativas.
Importante ressaltar que o desenvolvimento da biologia molecular não concorre com as técnicas convencionais das análises clínicas, em verdade as informações obtidas através das técnicas de biologia molecular permitem agregar maior sensibilidade e especificidade aos exames laboratoriais convencionais, além de trazer maior segurança e agilidade a uma série de diagnósticos, sejam eles presuntivos ou preventivos.

 

 

Dr. Marcus Vinícius Pimenta Rodrigues
Biomédico