Revista Multidisciplinar da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Unigran | ISSN-1981-3775

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Interbio v.1 n.2 2007 - ISSN 1981-3775

Editorial

TEXTO CIENTÍFICO: UMA REFLEXÃO

Para viver em sociedade, precisamos nos comunicar. Essa comunicação faz-se por meio de textos verbais ou não verbais. O texto escrito, instrumento de reflexão, faz parte das atividades do mundo acadêmico e precisamos pensar nele como o resultado de um processo que constitui um todo significativo e acabado em que coesão e coerência são relevantes. Entenda-se por coesão, as relações responsáveis pela conexão entre as idéias, e coerência, como um processo de construção do sentido.
Ao iniciar a atividade de produção textual, é necessário perguntar-se com que intenção o texto será escrito, ou seja, por que e para qual situação se escreve, sempre com a preocupação de que haja compreensão por parte do interlocutor. É relevante, ainda, entender que nenhum indivíduo consegue escrever sem informações. Caso não as tenha suficientemente é preciso buscá-las, o que se faz por meio de leituras e pesquisas. Praticar a intertextualidade – diálogo entre textos - é imprescindível para que se produza um novo texto, visto que não existe produção inédita. É conveniente, no entanto, cautela para que não se façam plágios de outros textos, omitindo-se a autoria, o que, no mundo acadêmico, é considerado um ato ilícito.
Diversos são os gêneros textuais e, na academia, o texto científico requer alguns cuidados especiais, como recomendam estudiosos da metodologia científica, tais como Severino (2005), Lakatos (2001) e outros. Entre esses cuidados destacam-se:
Delimitação precisa do tema – estudar o assunto em profundidade, de modo que se tenha clareza suficiente para restringi-lo, sem correr o risco de perder-se em meio a assuntos paralelos.
Ordem lógica do pensamento de quem escreve – garantir a progressão das idéias e a articulação entre elas, evitando contradições e repetições, a fim de assegurar a compreensão do interlocutor.
Estilo sóbrio e preciso – selecionar palavras que traduzam, com precisão, a idéia a ser transmitida. Emoções e sentimentalismos não se fazem presentes nesse gênero textual.

Clareza para o leitor – cuidar para que as idéias sejam comunicadas ao leitor, de maneira que não haja dúvidas sobre o significado do texto.
As normas da ABNT – respeitar as orientações da Associação Brasileira de Normas Técnicas é imprescindível para garantir a cientificidade do texto.
Relevância temática – selecionar entre as várias possibilidades de temas a serem pesquisados, aquele que, de fato, traga algum tipo de benefício à sociedade.
Fundamentação teórica – escolher com coerência a linha teórica, selecionando autores referendados sobre o tema a ser pesquisado.
Rigor documental – fazer uso, quando necessário, de documentos que comprovem a veracidade de informações apontadas no trabalho.
A produção de um texto científico deve priorizar a linguagem simples e consistente, evitando estilos rebuscados e idéias vazias. Devem ser evitados ainda os clichês e as adjetivações exageradas. Não é recomendável o excesso de citações, uma vez que o autor do texto precisa mostrar a sua voz, de modo que o texto não se limite a fragmentos de outros autores, o que resultaria, como afirma Severino (2005), em uma enorme colcha de retalhos.
Finalmente, vale esclarecer, que todo texto, mesmo o científico, deve conquistar o leitor de forma a levá-lo a descobertas e, conseqüentemente, a reflexões, já que deve conter o previsível ( o dado), mas também o imprevisível ( o novo).
(Resumo da palestra ministrada no II Encontro de Professores Orientadores, de metodologia Científica e de TCC, realizada em 28/07/2007, pelas professoras Dra. Maria Alice de Mello Fernandes, Dra. Nara Sgarbi e Msc. Rute Josgrilberg).

 

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