Revista Multidisciplinar da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Unigran | ISSN-1981-3775

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ANÁLISE DA ALIMENTAÇÃO DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

ANALYSIS OF THE FEEDING PATTERNS OF CHILDREN WITH AUTISM SPECTRUM DISORDER: A BIBLIOGRAPHIC REVIEW

Autores:

SABINO, Daniel Proença1 ; MENDES, Rita de Cássia Dorácio²

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Resumo:

A seletividade alimentar é um comportamento caracterizado pela recusa em experimentar novos alimentos e pela preferência por alimentos ou grupos alimentares específicos. Em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), essa seletividade é uma problemática comum, podendo levar a deficiências nutricionais e comprometer o desenvolvimento. Neste contexto, o objetivo desta pesquisa consiste em analisar a alimentação de crianças com TEA, descrevendo seu comportamento alimentar e detalhando os alimentos mais e menos aceitos. Trata-se de uma revisão integrativa que utilizou publicações dos últimos treze anos de sites científicos e bibliotecas online. Os resultados revelaram que crianças com TEA apresentam uma tendência maior à seletividade alimentar em comparação com crianças neurotípicas. Alimentos com texturas e odores específicos, bem como certas características sensoriais, podem ser rejeitados, limitando a variedade de alimentos ingeridos. Essa seletividade alimentar pode ser influenciada por fatores como hipersensibilidade sensorial, rigidez cognitiva e dificuldades na comunicação social. Além disso, os comportamentos ritualistas, como a necessidade de comer sempre nos mesmos horários ou em pratos específicos, também podem influenciar a alimentação das crianças com TEA. Uma das preocupações levantadas nesta pesquisa é a restrição de determinados alimentos, como glúten e caseína, comumente praticada por famílias de crianças com TEA, na tentativa de melhorar os sintomas do transtorno. No entanto, o impacto dessas restrições no tratamento do TEA é controverso. Alguns estudos sugerem que a dieta sem glúten e caseína pode trazer benefícios para alguns indivíduos com TEA, enquanto outros indicam que essas restrições não são eficazes e podem resultar em deficiências nutricionais. É importante ressaltar que o comportamento alimentar complexo das crianças com TEA requer uma abordagem multidisciplinar. O nutricionista, juntamente com terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, desempenha um papel fundamental no processo de intervenção.